Parte 2
Joana segue os teus ensinamentos nos esclarecendo que aquilo que quisermos entender como verdade, sem submetê-lo ao crivo da razão e sem o aprofundamento da análise, em tal se converte. Em outras palavras, o que acreditamos ser legítimo e real, assim se torna. As crenças que não resistem ao apelo da lógica e ao bom senso e que, diante de críticas, perturbam e desequilibram o sujeito que nelas acredita, não podem ser consideradas como verdade.
Esta, por outro lado, é baseada no projeto da ação do homem que busca a sua realização visando o ideal. Este, por sua vez, não deve discutir as “verdades” nem tentar mostra ou explicar as suas aspirações e planos aos outros, pois estas dizem respeito à sua conduta íntima e a maioria das pessoas são combatentes apaixonados das suas verdades transitórias, e, portanto, não estão dispostos a ouvir nem a compreender e, muito menos, em ajudar.
Devemos, pois, não dar atenção a essas pessoas que estão cegas e prisioneiras de suas próprias verdades, tornando-se críticos severos, lutadores contundentes contra os outros. Não considerando as suas opiniões e, muitas vezes, ofensas, os comentários raivosos e negativos, estes não se tornam verdades, e, assim, não nos perturbam nem nos incomoda.
Assim, Joana encerra o capítulo nos aconselhando a seguir em frente, com a nossa caminhada, realizando nossos compromissos sem nos preocuparmos com a opinião alheia, com o que os outros pensam, uma vez que somos livres para agir e sermos nós mesmos. O resto não importa a não ser se lhe dermos valor. Joana conclui seu pensamento dizendo que “a verdade dá equilíbrio, estimula a ordem e o respeito às idéias dos demais”, acrescentando ainda que ela felicita sempre. “Assim, deixa-te penetrar pela sua força dominadora e segue tranqüilo, amparado por ela” (p.65).
Larissa - Mocidade