Yvonne
Pereira, em seu livro “Um Caso de Reencarnação – Eu e Roberto de Canallejas”,
afirma que a partir de seus 4 anos de idade via quase que diariamente o
Espírito de Roberto de Canallejas. Divaldo P. Franco afirma, com relação à sua
mentora espiritual Joanna de Ângelis, que “de fato, é uma querida a quem eu
vejo quase todos os dias”. Vale ressaltar que, sobretudo no caso de Divaldo,
não era apenas vidência, mas vidência acompanhada de audiência, repercutindo em
verdadeiros diálogos com a protetora espiritual.
Dentro
deste contexto, devemos admitir que tal nível de intensidade mediúnica é muito
raro. De fato, mesmo conscientes de que muitos indivíduos apresentam uma
sensibilidade mediúnica significativa, bem superior à média da população, temos
que convir que, em sua maioria, os médiuns de nossas casas espíritas não
apresentam tamanhas possibilidades mediúnicas. Ainda nessa linha de raciocínio,
reconhecemos que a grande número de indivíduos, incluindo os trabalhadores
espíritas, não apresentam nem mesmo essa mediúnica significativa. Isso nos leva
a concluir que, se “o telefone toca de lá para cá”, como nos ensina Chico
Xavier, não devemos “forçar” o fenômeno, quando ele não ocorra espontaneamente.
Forçar o reconhecimento da mediunidade em indivíduos que somente apresentem a
sensibilidade basal, que todos os indivíduos possuem, dependendo da situação,
poderá acarretar em um processo de fomento de manifestações anímicas e, o que é
pior, mistificadas e mistificadoras.
A
hipervalorização da sensibilidade mediúnica basal como fonte de informações
diretas do mundo espiritual não gerará produtos de qualidade e retirará das
manifestações qualquer sustentação científica, o que é fundamental em matéria
de Espiritismo.
Obviamente, os
chamados “exercícios mediúnicos” são válidos para o aprendizado doutrinário de
médiuns e não médiuns. Entretanto, considerar “exercícios mediúnicos”, em
médiuns iniciantes, com pouca intensidade mediúnica, fonte de informações
doutrinárias diretas, sem uma maior avaliação e critério é uma temeridade para
o movimento espírita. O rigor na análise do conteúdo da mensagem é fundamental
para a nossa segurança doutrinária, e, por consequência, mediúnica.
Leonardo Marmo Moreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário