Este é um espaço mantido pelo Centro Espírita Caminho da Paz dedicado para a divulgação do Espiritismo. O CECAPAZ se localiza na cidade de São João del Rei e vem realizando um trabalho há 23 anos de divulgação e trabalho dentro dos preceitos da Doutrina Espírita. Seja bem-vindo!
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quinta-feira, 29 de maio de 2014
Alcíone e a Obra Emmanuelina “Renúncia”: A Liberdade é total para o Amor”
O
livre-arbítrio é alicerce da Lei de Deus. E todos os caminhos consagrados ao
bem são igualmente abençoados pela Providência Divina. Desta forma, todos os nossos
esforços efetivos na procura e na construção do bem são inspirados por nossos mentores
espirituais. Todas iniciativas são bem-vindas, pois caracterizam facetas da Lei
Geral que é o Bem.
Assim sendo,
mesmo quando os nossos mentores espirituais não acham o nosso projeto no bem o
mais adequado para determinado contexto, eles consideram a possibilidade,
respeitando o nosso livre-arbítrio e a nossa iniciativa de buscar tarefas
positivas para nós mesmos e para nossos irmãos.
O bom senso
deve sempre guiar tais iniciativas para que não nos percamos em projetos
inapropriados. De qualquer maneira, se estamos focados no bem, nossos amigos
terão paciência, amor e consideração por nossas idealizações.
Isso ocorreu
na obra de Emmanuel “Renúncia”. Logo nas primeiras páginas percebemos os
mentores tentando dissuadir, embora respeitosamente, o nobre Espírito de
Alcíone de suas intenções focadas em uma possível reencarnação por amor a um
grupo de Espíritos familiares. Consideravam o risco da empreitada e também o
fato de, pessoalmente, Alcíone não necessitar de nova experiência daquele tipo.
Todavia, prevaleceu a intenção de Alcíone e ela reencarnou por “renúncia” e,
apesar de todos os perigos, alcançou grande vitória espiritual.
Obviamente,
assumir riscos para fazer o bem, contra o opinião de mentores espirituais,
constitui atitude que requer muita segurança pessoal, e não deve ser tida
necessariamente como regra de conduta. O ideal seria tentar conciliar, na
medida do possível, o orientação dos Espíritos mais experientes com nossos
projetos no bem, mesmo admitindo, conforme ocorreu com Alcíone, a possibilidade
de exceções serem bem-sucedidas.
Que nós
tenhamos o bem sempre por base de tudo o que fazemos, desde nossas intenções
mais profundas até a constituição dos projetos propriamente ditos. Assim, as
tarefas por nós elaboradas serão equilibradas entre o bom senso e o amor. Como
disse Jesus: “É necessário a pureza das pombas e a perspicácia das serpentes”.
Leonardo Marmo Moreira
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Feitiçaria
A
feitiçaria, também conhecida como magia, está associada à paranormalidade,
abrangendo tanto fenômenos anímicos como mediúnicos. Com frequência, os
processos ditos “mágicos” abrangem desde a curiosidade menos útil, passando por
objetivos individualistas que gravitam principalmente em torno de questões
cotidianas da vida material, tais como obtenção de dinheiro, conquistas
amorosas, aquisição de bens materiais, curas de doenças, entre outros, chegando
mesmo a atingir, em alguns casos, objetivos claramente maliciosos, focalizados
no prejuízo de outras pessoas através de diversos mecanismos e com vários
diferentes escopos. Neste caso, estaríamos tratando da chamada “Magia Negra”.
Importante
registar que assim como acontece com o mau olhado, a Feitiçaria envolve muitas
crendices populares, sendo que algumas têm fundo de verdade e outras não,
aumentando a confusão em torno do tema.
De qualquer maneira, o mau olhado normalmente ocorre sem que o seu
emissor saiba de seu poder desequilibrante, enquanto que a feitiçaria já seria
algo provocado conscientemente, muito embora com alguma cota de superstição
associada ao procedimento.
Considerando
que os objetivos muitas vezes são frívolos ou até maldosos (além de utilizarem
frequentemente de recursos materiais totalmente descartáveis), os Espíritos que
eventualmente poderiam estar associados ao processo, isto é, os “parceiros
espirituais” de tais iniciativas, não podem ser muito evoluídos
espiritualmente.
Os
ditos “trabalhos” de feitiçaria ou “macumbas” (principalmente aqueles
direcionados a prejudicar outrem), entre outros nomes, conectam o evocador e/ou
o indivíduo que solicitou o trabalho aos Espíritos maldosos e/ou zombeteiros
que se interessam por tais práticas. Obviamente, tais “pactos” constituem
associações para o desenvolvimento de obsessões, o que torna tanto o evocador
como o interessado na evocação (admitindo que não se trate do mesmo indivíduo)
Espíritos obsessores. Portanto, independentemente do fato da ação atingir ou
não o seu objetivo, a intenção e a ação inicial propriamente dita já terão sido
feitas, criando, obviamente, compromissos espirituais negativos graves para os
seus causadores.
No
que se refere ao alvo do processo, ele poderá ser ou não atingido de forma significativa,
dependendo de sua vida moral. Logo, os mesmos cuidados gerais que devemos ter
para nos proteger de obsessões oriundas exclusivamente de desencarnados são
aconselháveis para nos proteger dos chamados “trabalhos”, pois esses últimos
não deixam de constituir eventos de vinculação mental, emocional e espiritual
para execução de atitudes antiéticas a terceiros.
O
processo propriamente dito de constituição do “pacto” normalmente envolve
alguma “oferenda” para agradar aos parceiros desencarnados. Tais Espíritos são
ainda muito apegados à matéria, o que faz com que, por consequência, sentem
saudade de alimentos materiais, com alta cota de fluido vital, tais como frutos
e alimentos de origem animal. Assim, alguns costumam até mesmo a matar galinhas
ou outros pequenos animais no ato de “constituição do pacto” para que o fluido
vital eliminado no momento da morte possa ser haurido pelos Espíritos
vampirizadores. O próprio mentor André Luiz comenta sobre fato semelhante em
“Missionários da Luz”, quando uma falange de vampirizadores levam um Espírito
suicida para um matadouro para poderem vampirizar tanto os fluidos vitais exteriorizados
pelo suicida como aqueles eliminados pelos animais abatidos.
Importante
registrar que o vínculo espiritual com a falange de Espíritos obsessores pode
ser mantido até a desencarnação dos encarnados envolvidos e, neste caso,
dificilmente o usuário da magia, sobretudo da “magia negra”, vai se desvincular
deles em um curto espaço de tempo. Além disso, o fato de se vincular a um grupo
obsessor, tornando-se igualmente um obsessor, também torna o obsessor um
obsediado, em função do clima espiritual em que passará a viver junto de seus
comparsas espirituais.
Leonardo Marmo Moreira
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Mau Olhado
O
homem encarnado apresenta uma estrutura tríplice: Espírito; Corpo intermediário
semi-material; e Corpo Físico. Entretanto, o corpo intermediário semi-material
(que age como interface entre Espírito e Corpo físico), o qual é representado
basicamente pelo Perispírito, a rigor não é formada apenas pelo Perispírito
propriamente dito, mas, também pelo Corpo vital, também conhecido como Duplo
Etérico, que é constituído fundamentalmente por fluido vital.
Esse
binômio Perispírito-Duplo Etérico constitui a base fundamental para a
ocorrência dos chamados “fenômenos paranormais”, os quais abrangem tanto os
fenômenos anímicos como os fenômenos mediúnicos. Os fenômenos anímicos são
aqueles em que fundamentalmente prevalece a ação da própria “alma” (vale
lembrar que na definição da Codificação Kardequiana, alma é o Espírito
encarnado) do paranormal ao contrário dos fenômenos mediúnicos, nos quais o
encarnado é o “filtro” (ou “telefone”), pelo qual o Espírito densencarnado age,
ou seja, transmite sua ação.
Dentre
os fenômenos anímicos, a ação magnética do encarnado através da exteriorização
de fluidos vitais consiste em um dos mais relevantes fenômenos. Assim como
fluidos vitais de pessoas moralmente elevadas têm ação equilibrante, confortadora
e curadora, a emissão de fluidos vitais de indivíduos moralmente inferiores
tende a ser desequilibrante e prejudicial às saúdes mental, perispiritual e
física. Tais fenômenos, inerentes a todo ser humano, podem ser muito intensos
em indivíduos que tenham maior facilidade na emissão fluídica (liberação
ectoplásmica), conhecidos como “magnetizadores”.
Desta
forma, os magnetizadores moralizados podem contribuir muito para a saúde dos
nossos irmãos através do “Passe Espírita” assim como aqueles não moralizados
podem prejudicar muito a saúde dos outros através da exteriorização de seus
fluidos de baixo padrão vibratório, algo que é conhecido vulgarmente como “mau
olhado”, entre outros nomes.
Entretanto,
ambos os processos supracitados dependem basicamente da afinidade espiritual,
ou seja, da sintonia que poderia haver entre o receptor da emissão (“alvo da
emissão”) e o emissor do fluido vital. Alta sintonia representa grande
transmissão e baixa sintonia significa baixa transmissão fluídica, tanto para os
fluidos oriundos de seres elevados espiritualmente como para os fluidos
originados de seres inferiores do ponto de vista espiritual.
O
foco, a atenção, o interesse, a curiosidade, a inveja e o ciúme, entre outras,
são atitudes mento-emocionais que concentram, desencadeiam e atraem a emissão
do fluido vital. Quando o indivíduo tem o dom da emissão em níveis maiores,
sendo, portanto, um magnetizador, ele pode realmente impactar negativamente
outros seres vivos suscetíveis, o que inclui animais e vegetais, pois ambos os
grupos aproveitam grande estrutura de fluido vital. Ocorreria, dessa forma, uma
transfusão fluídica, independentemente da qualidade dos fluidos em questão.
A
elevação de pensamentos, sentimentos, objetivos, intenções e ações representa o
“Olhai, vigiai e orai” de Jesus, e, neste caso, a imunização para que a
sintonia com os magnetizadores desequilibrados não ocorra. Como temos
dificuldades em manter tais valores elevados, necessitamos desenvolver uma
disciplina para manutenção desses estados em prol de nossa saúde
físico-espiritual. Desta forma, evitaremos ser impactados por magnetizadores
desequilibrados assim como evitaremos ser os próprios magnetizadores desequilibrados
para outrem, se a nossa exteriorização fluídica for também substancial.
Vale
comentar sobre um aspecto muito sério em relação a essa questão, que diz
respeito ao medo. Como o assunto está envolto em grande nível de superstição,
conceitos errados e corretos se misturam, fazendo com que muitos indivíduos
tenham um medo acentuado do mau olhado, enquanto outros considerem o fenômeno
impossível de ocorrer e, por consequência, apresentam total destemor em relação
à possibilidade de serem atingidos. O medo excessivo contra o mau olhado não
deixa de constituir brecha espiritual para que o impacto negativo ocorra, uma
vez que o medo é atitude auto-obsessiva profundamente perturbadora. Por outro
lado, a excessiva confiança de que o “mau olhado nunca acontecerá comigo” é
algo que diminui a auto-vigilância. O ideal seria conhecer a possibilidade de
ocorrência e, de forma pró-ativa, tomar as medidas preventivas para que não
sejamos atingidos pelo mau olhado. De fato, o impacto do “mau olhado” pode ser
fator gerador de outros processos perniciosos, tais como a depressão e a
instalação de processos obsessivos. Assim, dependendo de outros fatores
espirituais, um prejuízo relativamente pequeno poderia desencadear outras
problemáticas de forma crescente, implicando em graves processos espirituais.
Leonardo Marmo Moreira
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Evolução Individual e Evolução Coletiva: Analisando as chamadas “fases de viradas espirituais”
O Espírito é
imortal e jamais regride espiritualmente, podendo apenas estacionar
evolutivamente por um período mais ou menos longo, a depender do apego à
matéria, do comodismo evolutivo, da ausência de auto-conhecimento, entre outras
limitações do educando em questão.
Podemos
inferir, portanto, que, com significativas exceções, que são os Espíritos que
permanecem basicamente estacionados, ao avaliarmos a evolução espiritual de
indivíduos dentro de um espaço de tempo relativamente grande, a tendência é que
um razoável número de Espíritos tenham avançado de forma significativa. O quão
representativo seria esse avanço é muito variável, pois depende do esforço
individual, isto é, da aplicação de todas as potencialidades inerentes ao
Espírito nesse objetivo previamente estabelecido por meio do uso do
livre-arbítrio.
A
discussão proposta acima diz respeito, obviamente, ao mecanismo de cada evolução
individual, que já consiste em processo altamente complexo, considerando os
diferentes focos de evolução que a personalidade é desafiada a atingir em cada
encarnação. Por outro lado, quando analisamos a evolução de uma coletividade, a
questão torna-se ainda mais complexa, pois “a cada um é dado conforme suas
obras” e ninguém consegue impor ao outro os seus próprios valores e diretrizes
de comportamento, pois o livre-arbítrio é base da Lei de Deus. Considerando
coletividades volumosas, como a população da Terra com um todo, a questão
assume complexidades elevadas, em termos de previsão de processo evolução, o
qual depende da decisão individual de cada Espírito.
De
qualquer maneira, pelo andamento dos grupos sociais, é possível a elaboração de
uma avaliação da tendência de evolução moral geral das coletividades através de
estudos sobre suas leis, usos, costumes e valores assim como o ritmo de
evolução dos mesmos.
Desta
forma, somos cobrados pela própria consciência pela nossa evolução individual
propriamente dita bem como pela nossa contribuição para com a evolução dos
grupos dos quais fazemos parte.
Assim
sendo, como Espíritas sabemos que o mundo vai melhorar a partir da nossa
melhoria individual e do nosso esforço ativo para contribuir direta e indiretamente
para o surgimento de oportunidades evolutivas para nossos irmãos, através do
que chamamos “amor dinâmico”, isto é, “amor em ação”, conforme definição de
nosso confrade José Raul Teixeira.
Apesar
de ser válida a avaliação do andamento das coletividades rumo ao crescimento
espiritual, até porque nossa programação reencarnatória inclui trabalhos em
parceria com nossos irmãos, observamos, frequentemente, questões, até certo
ponto, “excêntricas” que retornam à preocupação dos Espíritas, tais como “datas
de mudança” ou “fases de viradas espirituais”.
Uma
certa preocupação com o andamento da evolução de uma coletividade é
compreensível e até recomendável, mas exagerar essa preocupação na expectativa
por um “ano específico de virada espiritual”, além de contraproducente, pois a
evolução parte da nossa transformação individual e das decisões da Providência
divina, não é algo com grande respaldo doutrinário, porque tais previsões estão
sujeitas a modificações, em função das ações de cada um de nós. Além disso,
quando exagerada, esse foco denota imaturidade espiritual, porque de uma forma
ou de outra, sempre recebemos aquilo que plantamos, pela Lei de Causa e Efeito,
e, além disso, Deus é amor e misericórdia, nos proporcionando o melhor dentro
de nossas possibilidades de evolução. Assim sendo, se estamos realmente
preocupados com a evolução espiritual da coletividade, maior cota de esforço
individual devemos dedicar tanto no que se refere à nossa própria elevação,
como em relação à elevação dos grupos que estamos associados. E Deus que é
“soberanamente justo e bom” saberá nos proporcionar oportunidades evolutivas
ótimas, de acordo com o nosso esforço e aproveitamento no campo do bem.
Leonardo Marmo Moreira
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