O Espírito é
imortal e jamais regride espiritualmente, podendo apenas estacionar
evolutivamente por um período mais ou menos longo, a depender do apego à
matéria, do comodismo evolutivo, da ausência de auto-conhecimento, entre outras
limitações do educando em questão.
Podemos
inferir, portanto, que, com significativas exceções, que são os Espíritos que
permanecem basicamente estacionados, ao avaliarmos a evolução espiritual de
indivíduos dentro de um espaço de tempo relativamente grande, a tendência é que
um razoável número de Espíritos tenham avançado de forma significativa. O quão
representativo seria esse avanço é muito variável, pois depende do esforço
individual, isto é, da aplicação de todas as potencialidades inerentes ao
Espírito nesse objetivo previamente estabelecido por meio do uso do
livre-arbítrio.
A
discussão proposta acima diz respeito, obviamente, ao mecanismo de cada evolução
individual, que já consiste em processo altamente complexo, considerando os
diferentes focos de evolução que a personalidade é desafiada a atingir em cada
encarnação. Por outro lado, quando analisamos a evolução de uma coletividade, a
questão torna-se ainda mais complexa, pois “a cada um é dado conforme suas
obras” e ninguém consegue impor ao outro os seus próprios valores e diretrizes
de comportamento, pois o livre-arbítrio é base da Lei de Deus. Considerando
coletividades volumosas, como a população da Terra com um todo, a questão
assume complexidades elevadas, em termos de previsão de processo evolução, o
qual depende da decisão individual de cada Espírito.
De
qualquer maneira, pelo andamento dos grupos sociais, é possível a elaboração de
uma avaliação da tendência de evolução moral geral das coletividades através de
estudos sobre suas leis, usos, costumes e valores assim como o ritmo de
evolução dos mesmos.
Desta
forma, somos cobrados pela própria consciência pela nossa evolução individual
propriamente dita bem como pela nossa contribuição para com a evolução dos
grupos dos quais fazemos parte.
Assim
sendo, como Espíritas sabemos que o mundo vai melhorar a partir da nossa
melhoria individual e do nosso esforço ativo para contribuir direta e indiretamente
para o surgimento de oportunidades evolutivas para nossos irmãos, através do
que chamamos “amor dinâmico”, isto é, “amor em ação”, conforme definição de
nosso confrade José Raul Teixeira.
Apesar
de ser válida a avaliação do andamento das coletividades rumo ao crescimento
espiritual, até porque nossa programação reencarnatória inclui trabalhos em
parceria com nossos irmãos, observamos, frequentemente, questões, até certo
ponto, “excêntricas” que retornam à preocupação dos Espíritas, tais como “datas
de mudança” ou “fases de viradas espirituais”.
Uma
certa preocupação com o andamento da evolução de uma coletividade é
compreensível e até recomendável, mas exagerar essa preocupação na expectativa
por um “ano específico de virada espiritual”, além de contraproducente, pois a
evolução parte da nossa transformação individual e das decisões da Providência
divina, não é algo com grande respaldo doutrinário, porque tais previsões estão
sujeitas a modificações, em função das ações de cada um de nós. Além disso,
quando exagerada, esse foco denota imaturidade espiritual, porque de uma forma
ou de outra, sempre recebemos aquilo que plantamos, pela Lei de Causa e Efeito,
e, além disso, Deus é amor e misericórdia, nos proporcionando o melhor dentro
de nossas possibilidades de evolução. Assim sendo, se estamos realmente
preocupados com a evolução espiritual da coletividade, maior cota de esforço
individual devemos dedicar tanto no que se refere à nossa própria elevação,
como em relação à elevação dos grupos que estamos associados. E Deus que é
“soberanamente justo e bom” saberá nos proporcionar oportunidades evolutivas
ótimas, de acordo com o nosso esforço e aproveitamento no campo do bem.
Leonardo Marmo Moreira
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