O
Espírito não reencarna para ser punido, mas para evoluir. Portanto, a
reencarnação não é castigo de Deus. Pelo contrário, consiste em um conjunto de
novas oportunidades para o Espírito recomeçar com maior cota de experiências
vivenciais, mais avanços intelectuais acumulados e maior nível de discernimento
moral amealhado.
Desta forma,
cada um de nós que esteja aproveitando de maneira minimamente digna sua
presente encarnação, tenderá a ter oportunidades de crescimento espiritual
acentuadas tanto no mundo espiritual, após nossa desencarnação, como na vida
física futura. De fato, a própria “Parábola dos Talentos” já nos sugere isso.
Assim sendo,
se eu aceito com resignação as colheitas do passado, que podem ser positivas ou
negativas, dependendo do que eu haja plantado, procurando extrair das
experiências maturidade, inteligência emocional e maiores níveis de equilíbrio
espiritual, eu estou crescendo espiritualmente e encontrando equilíbrio em
áreas nas quais eu tenho responsabilidade e necessidade espirituais.
Concomitantemente, se eu tento ser útil a mim mesmo, às minhas famílias
material e espiritual e à sociedade, eu acentuo, ainda mais as conquistas
espirituais internas e, de quebra, ainda adquiro créditos espirituais e
correntes de simpatia por parte dos Espíritos amigos em função da minha atuação
no campo do bem como membro ativo da Obra da Criação.
A nossa
Evolução Espiritual trata-se de processo contínuo, através de diferentes
exercícios e trabalhos, seja aqui enquanto encarnados, seja no mundo espiritual
na condição de Espíritos desencarnados. Como “a cada um é dado conforme suas
obras” estamos, sempre, ininterruptamente, plantando e colhendo. À medida em que formos melhorando a qualidade
daquilo que plantamos; lenta, natural e gradualmente, passaremos a colher cada
vez mais oportunidades positivas, proporcionais à quantidade e à intensidade de
nossas ações no bem.
Se enfrentamos
uma situação difícil, mais do que uma “punição”, tal desafio constitui uma luta
para exercitar nossa bagagem espiritual, ou seja, trata-se de uma terapia em
função de uma necessidade espiritual íntima que, se bem concluída, constituirá
em conquista espiritual inalienável para nós mesmos, isto é, para nosso próprio
Espírito imortal.
Portanto, não
somos propriamente “Espíritos culpados” ou “Espíritos pecadores”, somos, em
verdade, Espíritos imortais, criados por Deus, responsáveis pelo que fazemos e
em processo de amadurecimento espiritual. Para tal objetivo, vivenciamos
experiências que são necessárias à nossa educação espiritual, a fim de lograrmos
cada vez mais nossa identificação com níveis mais elevados de Espiritualidade.
Em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” está registrado com muita propriedade: “Toda
expiação pode ser considerada uma prova, mas nem toda prova é uma expiação”, o
que equivale a dizer que se eu considerar todas as vivências humanas provas
evolutivas, não estarei equivocado à luz da Doutrina Espírita, mas se
considerar tudo “pagamento” por débitos do passado estarei deturpando
completamente o sentido da reencarnação. Isso ocorre porque mesmo nos processos
em que temos responsabilidades diretas do passado, a experiência que implica em
maior nível de esforço por parte do reencarnado, é sempre, antes de qualquer outra
coisa, um trabalho eminentemente educacional para fins evolutivos e
promocionais do Espírito imortal. Tais experiências são propiciadas pela
Misericórdia Divina, através de seus Prepostos, que sempre nos renovam as
oportunidades de crescimento espiritual.
Leonardo Marmo Moreira
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