Em destaque:


Evangelização Infantil - Toda Segunda-feira às 19h30m.

A Juventude Espírita Maria de Nazaré - Todo sábado de 17h às 18h30m.

quarta-feira, 12 de março de 2014

A Primeira Nota de Rodapé de “Memórias de Um Suicida”

                A primeira nota de rodapé da obra “Memórias de Um Suicida” ilustra a riqueza doutrinária dessa obra extraordinária que nos foi proporcionada graças ao esforço hercúleo da médium Yvonne do Amaral Pereira. Trinta anos após a desencarnação de Dona Yvonne (ela retornou à pátria espiritual no início de março de 1984) cabe-nos agradecê-la em nossos corações e orações para que a querida irmã receba da Espiritualidade todo o carinho e consideração que fez por merecer após muitos anos de dedicação e sacrifício em prol da divulgação da Doutrina Espírita.

                A primeira versão da referida obra foi rejeitada pela Federação Espírita Brasileira (FEB), não tendo sido, portanto, publicada. De fato, nessa época, a FEB era praticamente a única editora espírita existente no Brasil e as dificuldades para se publicar um livro, sobretudo de origem mediúnica, eram elevadas para um médium com limitadíssimos recursos econômicos como era o caso de Dona Yvonne. Tratava-se de um texto bem mais resumido do que a obra conhecida atualmente. Era, nessa ocasião, livro de autor único, ou seja, obra de autoria do célebre escritor do Romantismo português Camilo Castelo Branco, o qual houvera, em um  primeiro momento, utilizado do pseudônimo Camilo Cândido Botelho. Com a rejeição da primeira submissão visando à publicação, Yvonne seguiu as recomendações do Espírito Doutor Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, guardando os originais para posteriores orientações. Realmente, ela passou a trabalhar com o admirável Espírito Léon Denis, que revisou os originais, expandindo, substancialmente, o texto, através de explicações, discussões, aprofundamentos e implicações doutrinárias de cada evento narrado por Camilo. Assim, a nova versão de “Memórias de Um Suicida”, a qual seria, finalmente, aceita para publicação pelo corpo editorial da FEB, trata-se de obra de autoria dupla.

A parceria entre os dois autores espirituais da obra, Camilo Castelo Branco e Léon Denis, apresenta grande sinergia e entrosamento, visando enriquecer-nos de informações sobre o mundo espiritual. O primeiro autor foi o responsável pelas narrativas, com grande ênfase naquelas vivenciadas pelo próprio escritor, ou seja, aquelas narradas na primeira pessoa do singular. O segundo autor espiritual, grande apóstolo do Espiritismo desde quando encarnado, desdobra o conteúdo doutrinário que pode ser inferido a partir das narrativas de Camilo Castelo Branco.

“Memórias de Um Suicida” consiste em obra inestimável para o aprofundamento das nossas bases kardequianas, sobretudo no que se refere ao conhecimento a respeito da vida no mundo espiritual, estando ao lado das obras de André Luiz como referência nesse quesito.

Vejamos a primeira nota de rodapé na referida obra para termos uma ideia do conteúdo que todo o texto apresenta:

“Após a morte, antes que o Espírito se oriente, gravitando para o verdadeiro “lar espiritual” que lhe cabe, será sempre necessário o estágio numa “antecâmara”, numa região cuja densidade e aflitivas configurações locais corresponderão aos estados vibratórios e mentais do recém-desencarnado. Aí se deterá até que seja naturalmente “desanimalizado”, isto é, que se desfaça dos fluidos e forças vitais de que são impregnados todos os corpos materiais. Por aí se verá que a estada será temporária nesse umbral do Além, conquanto geralmente penosa. Tais sejam o caráter, as ações praticadas, o gênero de vida, e o gênero de morte que teve a entidade desencarnada – tais serão o tempo e a penúria no local descrito. Existem aqueles que aí apenas se demoram algumas horas. Outros levarão meses, anos consecutivos, voltando à reencarnação sem atingirem à Espiritualidade. Em se tratando de suicidas o caso assume proporções especiais, por dolorosas e complexas. Estes aí se demorarão, geralmente, o tempo que ainda lhes restava para conclusão do compromisso da existência que prematuramente cortaram. Trazendo carregamentos avantajados de forças vitais animalizadas, além das bagagens das paixões criminosas e uma desorganização mental, nervosa e vibratória completas, é fácil entrever qual será a situação desses infelizes para quem um só bálsamo existe: a prece das almas caritativas!


Se, por muito longo, esse estágio exorbite das medidas normais ao caso – a reencarnação imediata será a terapêutica indicada, embora acerba e dolorosa, o que será preferível a muitos anos em tão desgraçada situação, assim se completando, então, o tempo que faltava ao término da existência cortada”.

Leonardo Marmo Moreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário