Divaldo
Pereira Franco conta em um documentário certa experiência que vivenciou com
Sathya Sai Baba, famoso espiritualista indiano.
A
segunda metade da década de oitenta representou para Divaldo Franco uma época
de grande dificuldade orgânica. De fato, o admirável médium e orador espírita
baiano enfrentou persistente doença cardíaca que lhe proporcionava fortes
dores. É importante frisar que Divaldo chegou a ser desenganado pelos médicos
em vista da complexidade de sua afecção cardiovascular.
Divaldo
era muito amigo do conhecido escritor brasileiro Hermógenes, profundo
conhecedor e praticante da chamada Yoga. Hermógenes havia comentado com
Divaldo, por diversas vezes, a respeito das habilidades paranormais, inclusive
de cura, apresentadas por Sai Baba. Entretanto, Divaldo, embora respeitando os
comentários e as análises entusiásticas sobre Sai Baba, considerou que elas
poderiam estar superestimadas por uma admiração excessiva.
Nesse
contexto, Divaldo teve, certo dia, uma intensa angina pectoris e tomou sua medicação cardíaca (o medicamento
conhecido como isordil). Entretanto,
como a dor estava especialmente aguda naquela ocasião, Divaldo lembrou-se dos
comentários de Hermógenes sobre a capacidade de desdobramento e cura espiritual
apresentados por Sai Baba a partir de evocações de indivíduos necessitados. Foi
quando o tribuno baiano decidiu evocar Sai Baba, pedindo-lhe ajuda para sua
enfermidade. Divaldo se concentrou e evocou mentalmente Sai Baba. Nesse
momento, Divaldo teve uma visão psíquica de um jato de luz muito forte se
aproximar dele. Essa concentração luminosa foi aproximando-se de Divaldo e
tomando a forma humana. Um homem, trajado no estilo “black power”, chegou bem perto de Divaldo e impôs sua mão sobre o
peito de Divaldo, liberando concentrados fluídico-energéticos que atingiram a
área enferma do tórax de Divaldo, fazendo com que a dor se diluísse
imediatamente.
Divaldo,
ao recobrar a lucidez, refletiu sobre o ocorrido e, racional e
kardequianamente, elaborou hipóteses para tentar explicar o fenômeno. A
primeira e principal delas admitia que a cessação da dor foi basicamente
causada por um efeito retardado do próprio isordil.
Todavia, no dia seguinte, aproximadamente no mesmo horário, a dor cardíaca retomou
uma grande intensidade. Divaldo, então, resolveu não tomar o referido
medicamento e evocar novamente Sai Baba. A experiência de intervenção
espiritual se repetiu. No terceiro dia, novamente Divaldo não toma o medicamento
e evoca Sai Baba e o mesmo espírito aparece e a dor some.
Divaldo
não tinha mais dúvidas. Era um fenômeno mediúnico, dito “entre vivos”,
autêntico e a contribuição para a sua saúde era real.
Passou
um tempo e Divaldo, juntamente com seu amigo e confrade Nilson de Souza
Pereira, foi convidado por Hermógenes a ir a Índia conhecer Sai Baba. Em
princípio, Divaldo rejeitou o convite, em função dos gastos que a viagem
requisitaria. Entretanto, a instituição Capemi resolve patrocinar a viagem de
Divaldo e Nilson, o que de fato ocorreu no ano de 1991.
Chegando
lá e ao encontrar Sai Baba, o mestre indiano diz, ao fitar Divaldo: “Nós já nos
conhecemos!”, o que chocou Divaldo, confirmando a autoria das assistências
espirituais recebidas.
Poucos
dias depois, Divaldo estava na presença de Sai Baba e o mestre indiano teria
perguntado: “O que desejas que eu faça por ti?”
Divaldo
respondeu: “Nada. Estou muito bem, não preciso de nada, obrigado.
O
Mestre insiste: “O que desejas que eu faça por ti?”
Divaldo
redarguiu: “Eu não preciso de nada. Sou um homem muito feliz”.
Neste
momento, Sai Baba o surpreende mais uma vez e pergunta: “E o coração?! Como
está?!”
Antes
que Divaldo se recuperasse do choque da nova confirmação, o mestre se aproxima
e crava o dedo entre as vértebras do médium, atingindo o coração de Divaldo. A
dor foi intensa, mas depois que Sai Baba retirou o dedo, a dor tinha passado e
não retornaria mais até os presentes dias. Era a cura definitiva.
Essa
notável experiência de Divaldo Franco ilustra vários ensinamentos de natureza
espiritual. O primeiro ensinamento é que todos nós precisamos uns dos outros,
como irmãos que somos, independentemente de rótulos e até da distância física. De
fato, não sabemos quem será o portador da intervenção da Providência Divina em
nossas vidas, uma vez que Deus ajuda a seu filhos através da ação no bem de
outros filhos. O segundo ensinamento é que a paranormalidade, incluindo
faculdades mediúnicas e anímicas, não é propriedade do Espiritismo e, sim, uma
faculdade inerente ao ser humano, podendo ser encontrada em todas as raças,
povos, classes sociais, profissões, idades, sexos, religiões etc. O terceiro
ensinamento é que vários fenômenos paranormais podem ocorrer concomitantemente,
o que implica na necessidade de aprofundamento doutrinário para que a nossa
interpretação de cada ocorrência seja a mais precisa possível.
Realmente, precisamos
estudar, cada vez mais e melhor, os fenômenos ditos paranormais, pois quanto
mais estudarmos, tanto os que eventualmente acontecem conosco mesmos, como os
que ocorrem com nossos irmãos, mais subsídios teremos para construir a nossa fé
raciocinada, que é o alicerce para a nossa definitiva transformação moral e,
consequentemente, para a nossa ascensão espiritual.
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