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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Liberdade de votar, de ser votado e de não ser votado: “Dar a César o que é de César e dar a Deus o que é de Deus”

                Uma das questões que frequentemente surgem dentro do Movimento Espírita (como também dentro dos movimentos religiosos em geral) diz respeito à atuação político-social que o Espírita militante deve apresentar. Divaldo Pereira Franco comenta sobre isso: “O Espírita militante tem o direito de votar e de ser votado, assim como tem o direito de não querer participar de cargos políticos de uma forma direta, eletiva ou não”.

A linha diretriz básica da Doutrina Espírita, que remete ao próprio Evangelho de Jesus, é que educando o homem de uma forma integral, estaremos melhorando a sociedade nas suas bases e, lenta e gradualmente, isso melhorará todas as instituições representativas dessa mesma sociedade. Por essa razão, o Movimento Espirita não costuma levantar bandeiras políticas, lutando por instituições passageiras e da sociedade civil, em concordância com o procedimento do próprio Mestre Jesus. Educando o indivíduo, ele terá mais discernimento e mais valores morais para escolher e atuar em todos os níveis da sociedade.

Por outro lado, individualmente, cada ser pode e deve ser ativo socialmente, o que não significa necessariamente querer ter cargos políticos, pois existem, obviamente, várias formas de se contribuir para a melhoria da sociedade além da atuação política propriamente dita. De qualquer maneira, o Espírita militante pode, se assim o desejar, escolher “ter cargos políticos”, tal como ocorreu com o Doutor Bezerra de Menezes e com Freitas Nobre. Tal escolha é de foro íntimo e totalmente livre do ponto de vista doutrinário, em que pese que o Espírita consciente deverá buscar uma elevada atuação ético-moral em todas as suas atitudes nas vidas física e espiritual. Portanto, as escolhas devem ser bastante refletidas, pois necessitamos contribuir para a evolução da sociedade do ponto de vista espiritual em todas as nossas atuações.

Em que segmento da sociedade darei uma contribuição mais efetiva à melhoria da vida das pessoas, aumentando minha cota de paz íntima, limpeza de consciência e valores espirituais? Essa questão deve estar no foco de toda reflexão de Espíritas militantes, quando tomem decisões de assumir qualquer compromisso para com a sociedade, seja de teor político-administrativo ou não.

Assim, dentro da proposta de “Dar a César o que é de César e dar a Deus o que é de Deus” é necessário um elevado auto-conhecimento para sabermos que tipo de compromisso desejamos para nós mesmos. Isso é fundamental para que desenvolvamos razoavelmente bem essas duas tarefas fundamentais (“Dar a César” e “Dar a Deus”), sem cairmos, voluntariamente, em situações espirituais complexas, nas quais sentiremos dificuldade para administrá-las com elevado nível de espiritualidade.


Além disso, temos que ter em mente que todos nós trazemos para a Crosta terrestre compromissos espirituais específicos e pessoais. Comumente, entretanto, ao chegarmos à encarnação, tentamos fugir de nossos compromissos, assumindo outras propostas que não são as mais interessantes para a nossa evolução espiritual. É claro que isso nos é permitido, pois o livre-arbítrio é base da Lei de Deus e, ademais, uma mudança de rumo não necessariamente significa um desastre do ponto de vista espiritual, em que pese que nem sempre poderia ser o mais aconselhável. Nesse contexto, faz-se pertinente uma avaliação das potencialidades pessoais, intenções, objetivos e implicações pessoais, familiares e sociais para saber se nos convém tal escolha, pois, como diz o Apóstolo Paulo: “Tudo me é lícito, nem tudo me convém”. De fato, toda escolha de um gênero de tarefas, sobretudo daquelas mais absorventes e desgastantes, implica em ter menos tempo e disponibilidade para outros gêneros de atividade. Cabe tentar escolher com sabedoria as que seriam mais interessantes para nós.

Leonardo Marmo Moreira

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