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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Os Objetivos da Prece

                A prece à luz da doutrina espírita apresenta 3 objetivos básicos: pedir; agradecer e louvar.

                Desta forma, nossas preces devem girar em torno dessas 3 abordagens. De fato, há preces em que só pedimos, outas em que só agradecemos e outras ainda em que só louvamos a Deus e/ou à natureza e/ou à vida etc. Por outro lado, há preces em que associamos dois destes três objetivos e outras que contemplam os três tópicos.

                Em relação ao beneficiário da prece, na maioria da vezes, oramos por cada um de nós mesmos. Equivale a dizer que o EU ainda dita esmagadora maioria de nossas rogativas. Em bom número de vezes, oramos por familiares próximos ou pessoas queridas recém-desencarnadas, na maioria das vezes em pedidos que também contemplam a nós mesmos.

                Portanto, poderíamos lembrar Raul Teixeira: “Invariavelmente pedimos; de vez em quando agradecemos; e muito raramente louvamos” e, de nossa parte, poderíamos acrescentar: invariavelmente pedimos por nós mesmos; de vez em quando pedimos por outros ou agradecemos; muito raramente louvamos; e mais raramente ainda oramos por nossos inimigos, conforme o Evangelho nos recomenda.

                Além dessa análise inicial, é importante registrar que a clareza e a objetividade, que seriam importantes na elaboração de nossas preces, nem sempre são atingidas porque nós não buscamos uma concentração real antes de iniciá-las.


                O estudo aprofundado dos 2 capítulos finais de “O Evangelho segundo o Espiritismo” poderia ser uma ferramenta útil para que nós possamos reflexionar sobre nossas preces, ainda eivadas de nosso egoísmo e conseguíssemos melhorar a concatenação de nossas ideias, até para que as preces fiquem mais claras para nós mesmos e, cada vez mais, descubramos o prazer de elaborar um prece sincera.

Leonardo Marmo Moreira

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Caráter Progressivo da Revelação Espírita

O Espiritismo é a chamada “terceira revelação”. Assim, como Moisés personifica a primeira revelação, cujos conceitos fundamentais dizem respeito às noções de Justiça que o Espírito Imortal deve aprender, Jesus representa a segunda revelação, isto é, o Amor, simbolizando o nível moral mais elevado que podemos almejar na Terra. Jesus e seus ensinos evangélicos, portanto, ensinam-nos a bondade que devemos buscar incessantemente em nossas lutas evolutivas.

Entretanto, O Mestre Jesus não pôde dizer tudo no tempo em que esteve encarnado entre os homens, devido ao nível médio de evolução intelecto-moral muito baixo da humanidade naquela época. Foi necessário que os homens e mulheres vivessem e lutassem 18 séculos, progredindo através da reencarnação, para que o contexto geral melhorasse. De fato, os Espíritos dos seres humanos que habitam a Terra vivenciaram experiências visando à obtenção de crescimentos intelectuais e morais para que o Evangelho de Jesus assim como todas as Leis Universais da Vida pudessem ser assimilados em um nível de maior profundidade.

Neste contexto, após o chamado “século das luzes” (século XVIII), que foi marcado pelo Iluminismo e por avanços em diversas áreas do conhecimento, surge o Espiritismo em meados do século XIX. Assim, o Espiritismo, que não é personificado por nenhum indivíduo como as revelações anteriores, já que é fruto do Ensino concordante dos Espíritos Evoluídos, traz a busca racional pela Verdade. E, logicamente, a busca pela Verdade é contínua e crescente. Desta forma, a Doutrina Espírita, representando a Fé Raciocinada, em uma harmônica associação entre Ciência, Filosofia e Religião, sempre estará avançando com os conhecimentos da humanidade.


Logo, não podemos olvidar o caráter progressivo da Doutrina Espírita. Isso equivale a dizer que, respeitando sempre as bases kardequianas, devemos aprofundar o conteúdo doutrinário através das novas contribuições de obras subsidiárias respeitáveis concernentes ao Espiritismo. Em outras palavras, “O Espiritismo começa com Kardec, mas não termina com ele” e, assim sendo, estudaremos sempre Kardec, mas estudaremos também outros autores espíritas respeitáveis que tragam contribuições significativas para a nossa evolução espiritual.

Leonardo Marmo Moreira

sábado, 15 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A auto-definição como espírita de Divaldo Franco

                A primeira palestra pública de Divaldo Pereira Franco foi proferida em Aracaju, capital do estado de Sergipe, na antiga sede da União Espírita Sergipana, no dia 27 de março de 1.947 (portanto, Divaldo está próximo de completar, no próximo mês de março, 67 anos de serviço ininterrupto da área da oratória espírita, trabalho incansável que o tornou grande expoente da divulgação doutrinária do Brasil e do Mundo).
 
Divaldo estava com 19 anos na ocasião. O seu anfitrião, que o havia convidado para passar férias em seu lar, era espírita militante, e, percebendo a exuberante e altamente ostensiva mediunidade de Divaldo, quis saber das especialidades mediúnicas do jovem baiano, perguntando diretamente:

“Divaldo, você vê (Obviamente, ele queria saber se Divaldo via os Espíritos, telas psíquicas projetas pelos Espíritos e o mundo espiritual propriamente dito, ou seja, se tinha a mediunidade de vidência)?

“Sim.

“Ouve? (Novamente, de forma bem sucinta o amigo espírita queria saber se Divaldo ouvia as vozes dos Espíritos, isto é, queria saber se tinha a mediunidade de audiência)

“Algumas vezes. (Nesta época, Divaldo Franco ainda não psicografava)

“Você é médium, Divaldo (Um indivíduo que vê os Espíritos com frequência e, de vez em quando, os ouve, certamente tem uma mediunidade bastante substancial).

“Mas você é espírita?! (A pergunta é carregada de grande sabedoria, pois o fato de alguém ser médium não torna essa pessoa necessariamente espírita. A mediunidade é uma tendência inerente a todo ser humano, que alguns apresentam em níveis mais intensos, os quais são chamados de “médiuns de ação”, como o caso do próprio Divaldo.

“Eu ainda não sei. Eu ainda não li nada. Os Espíritos mandaram-me ler “O Livro dos Espíritos”, mas eu ainda não o encontrei. (Uma resposta também muito sábia. Os Amigos Espirituais recomendaram que Divaldo lesse “O Livro dos Espíritos” para, se assim o desejasse, de acordo com o próprio livre-arbítrio, tornar-se, em seguida, espírita, a partir desse estudo sistemático da obra básica da Doutrina Espírita. Divaldo não havia lido nem “O Livro dos Espíritos” e nem qualquer outra obra que lhe desse subsídios para se intitular espírita. A resposta também denota como naquela época era mais difícil a aquisição das obras espíritas em relação aos dias atuais).

“Pois, eu lhe emprestarei (De fato, emprestar, doar, ou mesmo adquirir os livros espíritas constitui dever dos Espíritas militantes, pois trata-se de uma forma muito efetiva de divulgar o Espíritismo e ajudar a manutenção material da Editoras espíritas e das obras sociais que as editoras mantém, assim como ajudar as obras que são mantidas com os direitos autorais desses mesmos livros. Além disso, Centros Espíritas e livrarias espíritas, que usam os pequeninos lucros para a manutenção da casa espírita e de suas obras sociais, são igualmente beneficiadas pela aquisição dos livros e, atualmente, também dos DVDs, CDs, entre outras fontes de divulgação).

“Você poderia contar-nos como é a mediunidade?!

“Sim. Irei tentar... (E Divaldo profere a palestra sob o auxílio espiritual de Humberto de Campos e, no dia seguinte, faz sua segunda palestra, também sob a orientação do mesmo mentor espiritual).

De qualquer maneira, Divaldo hesita em auto intitular-se espírita quando questionado sobre esse ponto, mesmo já tendo informações dos Guias Espirituais que ele deveria seguir esse caminho, a partir da leitura de “O Livro dos Espíritos”. Hesita justamente porque não havia lido nada, nem mesmo a obra básica da Doutrina Espírita. De fato, nós não podemos ser algo que nem ao menos sabemos do que se trata; não podemos usar de determinada auto-denominação sem termos lido, nem mesmo de forma superficial, nenhuma obra fundamental para a aquisição desse conhecimento. Caso contrário, estaremos sendo levianos, afirmando ser algo que, em verdade, ainda não somos. Realmente, Divaldo não tinha, até então, lido nem ao menos “O Livro dos Espíritos”, que constitui a base fundamental do corpo doutrinário espírita. Por essa razão, usa de bom senso, sendo cuidadoso ao não se intitular naquele momento como adepto do Espíritismo, o que ocorreria efetivamente pouquíssimo tempo após esse episódio. 

Leonardo Marmo Moreira

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Jesus, o ser mais perfeito da Terra, não do Universo

                A Doutrina Espírita explica com muita eloquência e consistência argumentativa que, realmente, Jesus não é Deus. De fato, essa proposta, filha de crenças mitológicas, é mantida pela Igreja Católica e outras doutrinas ditas cristãs até hoje. 

Realmente, a crença dogmática na chamada “Santíssima Trindade”, que nos remete ao Concílio de Niceia, é um dos grandes erros doutrinários da tradição cristã ocidental, a qual gerou, por consequência, uma série de outros erros. 

Kardec discute muito bem essa questão na Codificação, deixando claro que Jesus não é Deus, e várias vezes esforçou-se para deixar isso claro em seu Evangelho.

Jesus é nosso irmão mais velho, mais experiente, mais sábio e mais bondoso. Indiscutivelmente “o ser mais perfeito que deu nos ofereceu para servir de modelo e de guia”, conforme Questão 625 de “O Livro dos Espíritos”.

Por outro lado, os Espíritos superiores não afirmam que Jesus é ser mais perfeito do Universo, o que equivaleria a dizer o mais elevado do Universo, depois de Deus. Nem mesmo afirmam que Jesus é o ser mais elevado de nossa galáxia, a Via Láctea. Afirmam, apenas, que Jesus de Nazaré é o ser mais perfeito que se encarnou na Terra.

Admitindo que “há muitas moradas na casa do Pai”, admitiremos igualmente que o Criador certamente proporcionou a essas outras moradas Cristos para serem “modelos e guias” para esses respectivos mundos.

Chico Xavier comenta com muita propriedade tal questão na obra que escreveu, juntamente com Herculano Pires e Espíritos Diversos intitulada “Diálogo com os Vivos”. Trata-se do último capítulo deste admirável livro, que todos nós espíritas deveríamos ler e estudar.

                
Leonardo Marmo Moreira