Divaldo
Pereira Franco já contou em várias oportunidades, inclusive em um dos famosos
“Encontros Fraternos com Divaldo Franco” em Santo André – SP, na Creche Amélia
Rodrigues, a experiência dolorosa de sua irmã, Nair, que cometeu suicídio
quando Divaldo Franco ainda estava na infância.
Segundo
Divaldo, naqueles tempos, Nair erra o arrimo econômico da família. Com boa
situação econômica, Nair era o apoio material de todos e sempre prometia a
Divaldo que ele poderia desenvolver a carreira que desejasse porque ela o
ajudaria com os custos dos estudos. Divaldo, então católico, respondia que
pretendia ser “padre ou médico”, ao que Nair respondia que poderia ser os dois,
pois poderia fazer medicina e depois tornar-se médico ou estudar para padre e
depois fazer medicina. De fato, era uma irmã muito carinhosa com Di, apelido
com o qual Divaldo era chamada na intimidade do lar.
Entretanto,
por problemas conjugais que repercutiram em intenso ciúme, Nair cometera
suicídio ingerindo veneno. Segundo Divaldo, tal episódio geraria um doloroso
impacto em toda a sua vida e desde essa época Divaldo orava intensamente por
Nair.
Ao
atingir catorze anos, Divaldo Franco torna-se espírita, começando seus estudos
doutrinários. Posteriormente, funda, com alguns colegas, o centro espírita
“Caminho da Redenção” e, a seguir, a “Mansão do Caminho”, obra assistencial
associada ao Centro Espírita “Caminho da Redenção”.
Contudo,
Divaldo continuava com a impressão de que fazia pouco pela irmã, apesar de orar
intensamente por ela há muitos anos. Foi então que Divaldo conversou com um seu
irmão que era delegado de polícia. Divaldo perguntou ao irmão qual era a
situação mais dolorosa que ele presenciava na sua tarefa profissional como
delegado. A resposta foi impactante. Segundo o irmão delegado, as situações
mais dolorosas eram aquelas vivenciadas por crianças que eram filhas de
mulheres vinculadas à prostituição. Tais crianças tinham que permanecer em
ambientes terríveis, muitas vezes nos próprios lupanares, escondidas e mantidas
em silêncio em uma situação de profunda tragédia moral. Divaldo afirma que seu
irmão que muito raramente se emocionava, respondera a essa pergunta com
lágrimas nos olhos.
Foi
nesse momento que Divaldo teve a inspiração/intuição e decidiu auxiliar essas
crianças em homenagem a Nair. Divaldo pede a autorização das mães, que em
esmagadora maioria concordam com a solicitação (algumas, antes mesmo de Divaldo
tocar no assunto, já comentavam que sonhavam em um futuro diferente para seus
filhos). Houve até algumas que pediram para que Divaldo as levasse juntas dos
filhos para a “Mansão do Caminho”. E muitas crianças foram auxiliadas e Divaldo
desenvolveu esse trabalho homenageando Nair.
Quando
a mãe de Divaldo estava desencarnando, no ano de 1972, o Espírito de Nair
estava junto à cama que mantinha Dona Ana. Após ligeira melhora depois de longo
coma, na chamada pré-morte (ou “melhora da morte”), Dona Ana acorda e diz a
Divaldo que Nair estava ali, com ela e que mandava dizer a Divaldo que as suas
lágrimas só eram apaziguadas pelo amor direcionado às crianças em homenagem a
ela, Nair. Nair também disser que estava
se preparando para reencarnar e que, assim que Dona Ana desencarnasse,
utilizaria da ajuda da mãe para acentuar a preparação, já que, como ex-suicida,
estava muito necessitada da reencarnação.
Divaldo
conclui a narrativa afirmando que Nair já se encontra reencarnada.
Além
disso, o admirável médium e orador espírita baiano sugere a todos nós que façamos
como ele fez, sobretudo, quando a saudade de um ser que amamos muito e que já
desencarnou apertar nossos corações. Assim, sugere Divaldo, façamos o bem e
ofereçamos essa bondade a esse ser a quem tanto amamos, porque os chamados
“mortos” vivem, e estão esperando por nós. Essa bondade atingirá a esfera de
lutas desses companheiros de maneira tão intensa que mesmo aqueles que estão em
situação espiritual difícil, como era o caso de Nair, receberão muita ternura e
paz a partir destes gestos de bondade.
Leonardo Marmo Moreira
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