A Universalidade do Ensino dos
Espíritos (sobretudo, dos Espíritos Superiores), também chamada Controle
Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE) consiste em um critério fundamental
para a avaliação do conteúdo da mensagem de natureza espírita/espiritual.
Sobretudo no que diz respeito a mensagens mediúnicas que tratem de realidades
do Mundo Espiritual, processos obsessivos, mecanismos mediúnicos, entre outros,
seria dificílimo para não dizer impossível, dentro de nosso contexto atual no
mundo físico, a avaliação de pormenores existenciais e ambientais. Desta forma,
a questão é: Como estudar? Como aprofundar o conhecimento em área tão complexa?
Como saber o que priorizar em termos de leitura se o volume de livros espíritas
que tratam de temas correlacionados a estas questões é muito grande e cresce a
cada dia?
Devemos considerar que os
Espíritos superiores sempre estimulam o bem, o útil, o verdadeiro e o belo,
tanto do ponto de vista individual como sob a ótica coletiva. Os Mentores
espirituais evitam dar orientações diretas, a não ser em raras e especiais
exceções, para que nós possamos decidir por nós mesmos, inferindo as
informações, decodificando as mensagens a fim de que apliquemos os conteúdos
apreendidos à nossa realidade específica de cada dia através do uso do nosso
próprio livre-arbítrio. Os Espíritos superiores informam muito com poucas
palavras, ou seja, são objetivos, sucintos (não são prolixos); apresentam
mensagens com lógica e coerência, consistentes cientificamente, em um
encadeamento didático de ideias. Nossos guias usam de palavras nobres, pois não
têm hábito de empregar termos vulgares em suas linguagens, sobretudo a serviço
da divulgação evangélica. Toda mensagem que, após rigorosa e exaustiva
avaliação, demonstrar apresentar essas “impressões digitais” dos mentores
espirituais, terá passado pela primeira avaliação, ou seja, apenas por uma
pré-seleção. Tal avaliação deverá ser repetida por outros confrades que tenha
bagagem doutrinária para emitir opinião respeitável sobre o conteúdo da
mensagem. Seria a segunda etapa da avaliação. Vencida essa etapa, a mensagem
ficará em banho-maria, esperando a confirmação de outras mensagens que também
passem pelo mesmo critério. Deve-se levar em conta nessas avaliações o caráter
moral do médium que, pela afinidade espiritual, influi decisivamente sobre a
“vizinhança espiritual” do médium. Desta forma, se lenta e gradualmente a
mensagem for corroborada por mensagens de outros médiuns de outros grupos
espíritas e de outras localidades e culturas, ela passará a efetivamente ser
candidata a ser considerada como parte integrante da Doutrina Espírita.
Neste contexto, considerando o
grande volume de obras espíritas que têm sido publicado é fundamental que os
Espíritas militantes responsáveis priorizem as obras mais confiáveis que ainda
não foram estudadas. Os Confrades podem, inclusive, elaborar listas das novas
obras a serem lidas e avaliadas em detrimento de obras que apresentem, por
diversos indicadores, alguns deles já mencionados no presente texto, dúvidas
razoáveis quanto à credibilidade de suas informações em termos de conteúdo
espírita. Somente assim construiremos o conhecimento espírita de forma sólida e
confiável, sem nos imobilizarmos nas obras básicas, mas sem também nos
aventurarmos em obras que podem veicular equívocos doutrinários.
“A Doutrina Espírita é o resultado do ensino coletivo e
concordante dos Espíritos. A ciência é chamada a constituir a gênese segundo as
Leis da Natureza. Deus prova sua grandeza e seu poder pela imutabilidade de
suas Leis, e não pela suspensão. Para Deus, o passado e o futuro são o
presente" ALLAN KARDEC (A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O
ESPIRITISMO). Portanto, poderíamos questionar: se,
segundo o Nosso Querido Mestre Lionês
"A Doutrina Espírita é o resultado do ENSINO COLETIVO E CONCORDANTE DOS
ESPÍRITOS" (grifo meu), como ser Espírita militante sem ler os principais
autores espíritas para fazer a avaliação do conteúdo que é concordante bem como
identificar aquilo que está reciprocamente discordando?! Sem o estudo doutrinário não saberemos o que já está bem
estabelecido e muito menos aquilo que consiste em conceitos de vanguarda (que
ainda está nos níveis de hipótese e/ou de teoria, e não de Lei, não podendo
ser, por conseguinte, considerado como parte integrante da Doutrina Espírita),
uma vez que a Doutrina Espírita EVOLVE, já que também é Ciência!
Leonardo Marmo Moreira
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