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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

As Quatro Fases da Missão Mediúnica de Chico Xavier

            Segundo Chico Xavier costumava afirmar a seus amigos íntimos, sua tarefa mediúnica poderia ser dividida em 4 fases. Na primeira fase, os autores espirituais foram os poetas da obra “Parnaso de Além-Túmulo”. A segunda fase, por sua vez, é marcada pelos prosadores, com especial destaque para o trabalho de Humberto de Campos. Na terceira fase, o trabalho mediúnico de Francisco Cândido Xavier é conduzido predominantemente pelos autores espirituais doutrinadores, com papel de destaque para Emmanuel e André Luiz. A partir da década de 70, conforme o próprio Chico afirmava, teve início a quarta fase de sua tarefa, que foi denominada pelo médium como a “Fase da Consolação”. Essa quarta fase da missão de Francisco C. Xavier foi marcada pela autoria dos habitantes comuns da vida espiritual. Realmente, dos atualmente mais de 450 livros da lavra mediúnica de Chico Xavier, mais de 100 abrangem coletâneas dessas cartas familiares, com traços autobiográficos indiscutíveis e com evidências contundentes da imortalidade da alma.

             Analisando essa divisão, podemos inferir que a evidência da imortalidade da alma, através das poesias de grandes intelectuais do passado inicia o trabalho na primeira fase. O trabalho desenvolve-se através de reflexões filosófico-religiosas, buscando uma maior espiritualidade, que são marcas da segunda fase, ou seja, dos da “Fase dos prosadores”. A terceira fase consiste em um conjunto de obras de altíssima profundidade intelecto-moral, representando significativa contribuição à evolução doutrinária espirítico-evangélica pelos estudos detalhados do Evangelho de Jesus, do Mundo Espiritual e, de uma forma geral, de toda a Doutrina Espírita propriamente considerada, sendo denominada “A Fase dos Doutrinadores”. A quarta fase reforça as evidências da imortalidade da alma e aprofunda estudos sobre a morte, o fenômeno da desencarnação e a vida no mundo espiritual através do relato tipicamente pessoal de Espíritos “comuns” (que não eram mentores espirituais propriamente ditos), os quais, após a desencarnação, trouxeram demonstrações consistentes da realidade espiritual, sensibilizando familiares, amigos e céticos. De fato, Allan Kardec também obteve informações de grande relevância espiritual de Espíritos menos evoluídos, pois as impressões desses Espíritos permitem, em conjunto com as mensagens dos verdadeiros mentores espirituais, uma avaliação mais profunda das diferentes percepções do Espírito desencarnado, dependendo do seu mérito pessoal e do seu contexto espiritual.

            Não podemos olvidar que Emmanuel teve ocasião de explicar a Chico Xavier que “a missão Xavierina não era somente trazer os livros, mas também formar os leitores”, denotando que somente uma vida verdadeira apostólica, como, de fato, Chico viveu, geraria a demonstração efetiva de que tudo aquilo que ele pregava era Verdade. Isso demonstraria que Chico Xavier realmente tinha a mais autêntica Fé, pois demonstraria (como, de fato, demonstrou) em seu dia-a-dia que é possível viver o Evangelho e o Espiritismo e que “o Evangelho e o Espiritismo funcionam”, pois vivenciando seus postulados se alcança a paz, a plenitude e a Verdadeira Felicidade com Jesus.


            Considerando a relevância da missão de Chico Xavier, é dever de todo Espírita consciente procurar estudar o conteúdo das obras de todas as quatro fases, a fim de que nosso entendimento doutrinário cresça significativamente, melhorando a qualidade doutrinária de nossos análises nas Casas Espíritas e, principalmente, encaminhando-nos à Verdade para que a Verdade nos liberte.

Leonardo Marmo Moreira

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