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quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Velho Testamento e o Novo Testamento

            Ao ser interrogado a respeito do significado da Bíblia para o homem na Terra, o benfeitor espiritual Emmanuel respondeu algo muito interessante: “O Velho Testamento representa a busca do homem em direção a Deus e o Novo Testamento representa a resposta de Deus a essa busca”.

            Se considerarmos que ambos os Testamentos foram obtidos através de inspiração Divina, a afirmação de Emmanuel denota que a pureza da informação das Esferas Superiores está muito mais presente no Novo Testamento, pois o Velho Testamento teria muito mais do homem encarnado do que das Esferas Superiores.

            Portanto, com todo o respeito que o Velho Testamento merece, não tem condições de ser comparado em termos de qualidade de conteúdo com o Novo Testamento, analisando, obviamente, o verdadeiro nível de espiritualidade, de real espiritualidade dos dois conjuntos de textos.

            De fato, o próprio Léon Denis, grande apóstolo do Espiritismo, em sua obra “Cristianismo e Espiritismo”, afirma que a Bíblia é um conjunto de livros (e não um único livro) de valores extremamente variáveis em termos de espiritualidade. Léon Denis, na referida obra, chega a dizer que a origem de grande parte dos erros teológicos das igrejas cristãs tem como base fundamental a interpretação equivocada do primeiro livro da Bíblia, isto é, o “Gênesis”.

            Por outro lado, o Evangelho de Jesus é a referência maior da Vida Moral elevada de toda a humanidade e é incomparável em relação  a quaisquer outros livros do Velho Testamento. Desta forma, os nossos estudos e reflexões enquanto espíritas (o que poderia ser expandido para todos os cristãos de outras denominações), sobretudo visando à obtenção de referências ético-morais para o nosso comportamento pessoal deveriam, a priori, enfatizar o Novo Testamento, em comparação com o Velho Testamento.

            Realmente, segundo a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia. Por conseguinte, Allan Kardec, inspirado pela Falange do Espírito de Verdade coordenou a elaboração de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e não de uma hipotética obra “A Bíblia segundo o Espiritismo”.


            O Apóstolo Paulo em sua carta aos Tessalonicenses afirmou: “Examinai tudo. Retende o bem”. Logo, como Espíritas conscientes devemos estar em busca do “conhecimento que liberta” em todos os momentos da nossa vida. No entanto, para o estudo mais profundo e metódico das Leis Universais e Eternas de Deus, que demanda tempo e esforço, seria, em princípio, aconselhável priorizar os textos com maior percentagem de “trigo” e menor percentagem de “joio”, como, indiscutivelmente, é o caso do conjunto formado pelos quatro Evangelho (Mateus, Marcos, Lucas e João) pelos “Atos dos Apóstolos”, pelas cartas apostólicas e pelo Apocalipse, em comparação com o Velho Testamento.

Leonardo Marmo Moreira

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