Ao ser interrogado a respeito do
significado da Bíblia para o homem na Terra, o benfeitor espiritual Emmanuel
respondeu algo muito interessante: “O Velho Testamento representa a busca do
homem em direção a Deus e o Novo Testamento representa a resposta de Deus a
essa busca”.
Se considerarmos que ambos os
Testamentos foram obtidos através de inspiração Divina, a afirmação de Emmanuel
denota que a pureza da informação das Esferas Superiores está muito mais
presente no Novo Testamento, pois o Velho Testamento teria muito mais do homem
encarnado do que das Esferas Superiores.
Portanto, com todo o respeito que o
Velho Testamento merece, não tem condições de ser comparado em termos de
qualidade de conteúdo com o Novo Testamento, analisando, obviamente, o
verdadeiro nível de espiritualidade, de real espiritualidade dos dois conjuntos
de textos.
De fato, o próprio Léon Denis,
grande apóstolo do Espiritismo, em sua obra “Cristianismo e Espiritismo”, afirma
que a Bíblia é um conjunto de livros (e não um único livro) de valores extremamente
variáveis em termos de espiritualidade. Léon Denis, na referida obra, chega a
dizer que a origem de grande parte dos erros teológicos das igrejas cristãs tem
como base fundamental a interpretação equivocada do primeiro livro da Bíblia,
isto é, o “Gênesis”.
Por outro lado, o Evangelho de Jesus
é a referência maior da Vida Moral elevada de toda a humanidade e é
incomparável em relação a quaisquer
outros livros do Velho Testamento. Desta forma, os nossos estudos e reflexões
enquanto espíritas (o que poderia ser expandido para todos os cristãos de
outras denominações), sobretudo visando à obtenção de referências ético-morais
para o nosso comportamento pessoal deveriam, a priori, enfatizar o Novo
Testamento, em comparação com o Velho Testamento.
Realmente, segundo a questão 625 de
“O Livro dos Espíritos”, Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para
servir de modelo e guia. Por conseguinte, Allan Kardec, inspirado pela Falange
do Espírito de Verdade coordenou a elaboração de “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” e não de uma hipotética obra “A Bíblia segundo o Espiritismo”.
O Apóstolo Paulo em sua carta aos
Tessalonicenses afirmou: “Examinai tudo. Retende o bem”. Logo, como Espíritas
conscientes devemos estar em busca do “conhecimento que liberta” em todos os
momentos da nossa vida. No entanto, para o estudo mais profundo e metódico das
Leis Universais e Eternas de Deus, que demanda tempo e esforço, seria, em
princípio, aconselhável priorizar os textos com maior percentagem de “trigo” e
menor percentagem de “joio”, como, indiscutivelmente, é o caso do conjunto
formado pelos quatro Evangelho (Mateus, Marcos, Lucas e João) pelos “Atos dos
Apóstolos”, pelas cartas apostólicas e pelo Apocalipse, em comparação com o
Velho Testamento.
Leonardo Marmo Moreira
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