No
início de “Evolução em Dois Mundos”, André Luiz estabelece os “Conceitos de
Allan Kardec” que são pré-requisitos para a leitura de “Evolução em Dois Mundos”,
ou seja, os tópicos da Codificação que estão nas bases da referida obra de
André Luiz pelas mediunidades de Chico Xavier e de Waldo Vieira:
“A marcha dos Espíritos é progressiva,
jamais retrógrada”. (“O Livro dos Espíritos” p.127, FEB, quinta edição);
“No conhecimento do perispírito está a chave
de inúmeros problemas até hoje insolúveis” (“O Livro dos Médiuns” p.61, FEB,
vigésima terceira edição);
“O Espiritismo mostra que a vida terrestre
não passa de um elo no harmonioso e magnífico conjunto da Obra do Criador” (“O
Evangelho segundo o Espiritismo” p.54, FEB, quadragésima sexta edição);
“No intervalo das existências humanas o
Espírito torna a entrar no mundo espiritual, onde é feliz ou desventurado
segundo o bem ou o mal que fez” (“O Céu e o Inferno” p.30, FEB, décima sétima
edição);
“O Espiritismo e a Ciência se completam
reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de
explicar certos fenômenos só pelas Leis da matéria; ao Espiritismo, sem a
Ciência, faltariam apoio e comprovação” (“A Gênese”, p.20, FEB, décima segunda
edição).”
Seria o caso
de se indagar, a partir da reflexão de cada tópico: Como entender mediunidade,
sem estudar perispírito? Como entender passe, sem saber o mínimo sobre
magnetismo? Como vencer o medo da morte sem uma vida moral elevada e com
significativas realizações? Como vencer o medo da morte sem entender como
minimamente é o mundo espiritual? Como orientar com segurança os obsessores que
se manifestam em reuniões mediúnicas, sem conhecermos algo do mundo espiritual?
A análise dos
tópicos supracitados demonstra as referências Kardequianas da obra de André
Luiz e a necessidade de estudar Allan Kardec concomitantemente ao estudo de
André Luiz. Além disso, as sentenças mostram inequivocamente que nós Espíritas
necessitamos de uma maior espiritualidade de uma forma geral. Essa maior
espiritualidade se manifestaria através um maior compromisso com a Doutrina
Espírita e com o Movimento Espírita, envolvendo o tríplice aspecto do
Espiritismo: Ciência; Filosofia e Religião.
Estudar com
mais empenho a Ciência Espírita, a Filosofia Espírita e a Religião Espírita,
estudando a nós mesmos na busca pelo auto-conhecimento, a fim de aplicarmos com
maior segurança os conteúdos apreendidos tanto em nossa própria vida pessoal como
em nosso trabalho doutrinário é dever de todo Espírita consciente.
De fato, na
relevante obra de apoio ao estudo de “Evolução em Dois Mundos”, de autoria de
José Marques Mesquita e intitulada “Elucidário de Evolução em Dois Mundos”, Roque
Jacintho, em prefácio de sua autoria, afirma sobre “Evolução em Dois Mundos”:
“Disse-nos, uma vez, o Autor Espiritual
(André Luiz), que Evolução em Dois Mundos era uma apostila de um curso que ele
houvera assistido na espiritualidade!
E que curso, meu Deus!”
Essa passagem
permite inferir como o estudo é sério no Mundo Espiritual e como, muitas vezes,
nós, Espíritas, temos falhado no que se refere ao estudo mais aprofundado da
Doutrina Espírita. Vale igualmente lembrar da obra “Mecanismos da Mediunidade”,
também de autoria espiritual de André Luiz, que apresenta discussões em um
nível de profundidade bastante significativo e similar a “Evolução em Dois
Mundos”.
Diz-nos Doutor
Bezerra de Menezes: “O Centro Espírita é a Universidade da Alma e nós,
espíritas, devemos nos esforçar para melhorar a qualidade de nossas classes”.
Essa melhoria passa em primeiro lugar por uma maior bondade em relação aos
confrades e suas limitações; passa, também, por um maior ideal superior amor ao
Espiritismo e ao Evangelho; e também inclui a necessidade urgente de um estudo
mais dedicado de nossa parte.
Leonardo Marmo Moreira
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