A mediunidade de efeitos físicos
teve, historicamente, um papel decisivo na expansão do Espiritismo e dos
estudos espiritualistas afins ao Espiritismo. De fato, os fenômenos de
materialização de espíritos, vozes diretas, levitação de objetos, levitação de
médiuns e assistentes, combustões espontâneas de papeis e outros produtos foram
muito abundantes no século XIX e na primeira metade do século XX. Tais
fenômenos atraíram a atenção de célebres pesquisadores, os quais já eram
extremamente respeitados em suas respectivas áreas de atuação, tais como
William Crookes, Cesar Lombroso, Charles Richet, Gabriel Delanne, Friedrich Zöllner,
entre outros. Desta forma, o testemunho favorável à realidade destes eventos
por parte destes grandes estudiosos chocou a sociedade da época e despertou o
interesse de muitas pessoas para a questão espiritual, fazendo, inclusive, com
que uma significativa percentagem destes indivíduos despertados para o problema
espiritual se tornasse espíritas militantes.
Atualmente, a mediunidade de efeitos
físicos têm ficado mais rara, limitando, até certo ponto, o acesso de
pesquisadores a este tipo de estudo. Muitos autores e médiuns espíritas
acreditam que a Providência Divina tem favorecido a mediunidade de efeitos
intelectuais para que o amadurecimento espiritual venha por meio de uma
reflexão mais consciente, mais estudada, mais refletida, uma vez que as
evidências intelectuais, a priori, exigem, para serem compreendidas, um maior
grau de estudo e dedicação intelectual ao problema espiritual. De qualquer
maneira, grupos espíritas notáveis como, por exemplo, o “Lar de Frei Luiz” no
Rio de Janeiro continuam atuando nessa área, sobretudo com materializações de espíritos
para fins terapêuticos, ou seja, para objetivos de cura física, principalmente
de casos que a medicina convencional dos homens não tenha obtido resultados
satisfatórios.
É importante frisar que o trabalho
de terapia espiritual através dos passes e da água magnetizada, comuns à
praticamente toda casa espírita, não deixam de apresentar “efeitos físicos”,
gerando muitas vezes curas de enfermidades através do magnetismo curador (o
qual ocorre, basicamente, por meio da transfusão de misturas energéticas de
fluidos dos trabalhadores encarnados e dos mentores espirituais). Assim, o
reequilíbrio energético do perispírito gera, como modelo organizador biológico,
a re-harmonização do corpo físico, o que não deixa de ser um tipo de “efeito
físico”. Portanto, o estudo dessa área de atuação das casas espíritas,
indiretamente, pode fornecer muito material de estudo aos confrades no que diz
respeito à chamada “mediunidade de efeitos físicos”. Além disso, o trabalho de
fluidoterapia do centro espírita (passes e água magnetizada) contribui para
processos de desobsessão e de reequilíbrio energético perispiritual, tornando a
questão ainda mais profunda, interessante e digna do estudo dos confrades.
Leonardo Marmo Moreira
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