Uma
reunião mediúnica espírita requer um grupo de componentes com um determinado
grau de “homogeneidade espiritual”, ou seja, com um certo nível de “afinidade
intelecto-moral” e com um mínimo de preparo doutrinário. Juntamente a isso, a
reunião, para ser bem sucedida, necessita de algumas condições mínimas.
As
reuniões mediúnicas espíritas devem ser desenvolvidas nos centros espíritas e
não em residências particulares. Deve-se evitar transformar a reunião de
Evangelho no lar em reunião mediúnica, pois são reuniões com objetivos e
problemáticas completamente distintos. As reuniões mediúnicas devem ter
horários previamente estipulados e zelar pela pontualidade dos participantes
para que haja o máximo de aproveitamento do evento, assim como para que os
Mentores espirituais da reunião tenham mais facilidade para preparar cada
componente para o trabalho a ser desenvolvido.
As
reuniões mediúnicas devem ser privativas. Este é um ponto de honra da casa espírita
séria. Reuniões mediúnicas públicas tornam a homogeneidade do grupo algo
dificílimo de ser obtido. Tal procedimento expõe médiuns iniciantes a um
exibicionismo desnecessário e pode gerar mais descrença, medo, desinformação e
preconceito, do que contribuir de forma eficaz para divulgar a doutrina
espírita, uma vez que tais quadros podem e costumam ser fomentados quando
pessoas completamente ignorantes sobre o Espiritismo estão na assistência. A
aquisição das bases doutrinárias através de estudo metódico da doutrina é
fundamental pré-requisito para o candidato a participante de reuniões
mediúnicas.
Além
disso, o grupo de trabalho mediúnico deve ser constituído por pessoas que sejam
amigas, simpáticas entre si, ou seja, que gostem umas das outras. Esse sentimento
de família espiritual é fundamental para o sucesso da reunião mediúnica.
Qualquer tipo de rivalidade e/ou desavença pessoal e/ou doutrinária pode ser um
gerador de desequilíbrio vibratório, dificultando a realização de trabalhos de
maior envergadura espiritual.
O
grupo deve ser constituído por adultos que tenham sólida formação doutrinária e
que, além da reunião mediúnica, frequentem, pelo menos, uma outra reunião de
estudo evangélico-doutrinário por semana. De fato, o aprofundamento doutrinário
é fundamental para todo e qualquer espírita e, principalmente, para os
participantes de reuniões mediúnicas. Além disso, a frequência a pelo menos uma
segunda reunião semanal cria uma média de uma reunião a cada três dias e meio,
o que é bem mais razoável para a manutenção e a evolução vibratória do espírita
consciente do que uma reunião a cada sete dias.
Também
é importante, neste tipo de reunião, estabelecer limites às eventuais ausências
dos participantes. Alguns grupos estabelecem como limite de faltas: 3 seguidas
e/ou 5 ou 6 alternadas em cada intervalo de seis meses ou um ano, dependendo do
grupo. De fato, diretrizes como essa têm sido empregadas em centros espíritas
como, por exemplo, o “Caminho da Redenção” de Salvador-BA (ao qual tem possui
entre seus dirigentes Divaldo Franco e Nilson de Souza Pereira), conforme está
exarado nas obras do chamado “Projeto Manoel Philomeno de Miranda”). Alguns
confrades poderão considerar tal orientação excessivamente rigorosa, mas temos
que admitir a gravidade envolvida nos objetivos deste tipo de reunião, assim
como a necessidade de harmonia fluídica entre os participantes da respectiva
tarefa para que todos se ajudem mutuamente visando à obtenção de um nível
vibratório mais elevado (abrangendo pensamentos e sentimentos mais
espiritualizados). Tal objetivo não será logrado satisfatoriamente quando a
alternância dos componentes de cada reunião for uma constante.
É
importante frisar que a reunião mediúnica não é constituída exclusivamente por
médiuns. A reunião mediúnica é constituída por médiuns e não-médiuns, isto é,
por espíritas militantes que sejam médiuns ostensivos e por espíritas
militantes que não possuem mediunidade ostensiva. De fato, a reunião mediúnica
deve apresentar dirigente geral, que pode ou não atuar também como doutrinador
(o doutrinador também pode também ser chamado de Evangelizador espiritual ou
psicoterapeuta espiritual, entre outras denominações); doutrinadores, que não
são médiuns ostensivos; médiuns com variadas aptidões mediúnicas, sendo que as
principais seriam a psicofonia (também chamada “mediunidade de incorporação”), a
psicografia e, eventualmente, a vidência. Há de se frisar a importância dos
médiuns de sustentação e/ou médiuns passistas porque, muitas vezes, o desgaste
energético de uma psicofonia, por exemplo, gera tamanho impacto fluídico
negativo sobre o médium psicofônico que o faz necessitar de um passe ao final
da reunião. Esse tipo de procedimento é fundamental para que todos saiam da
mesma em estado de equilíbrio espiritual igual ou superior ao que desfrutavam
antes que a reunião iniciou.
Também
é interessante que limite-se em no máximo duas doutrinações simultâneas, salvo
situação extraordinária. Assim, o dirigente e os demais participantes podem
observar, acompanhar, contribuir e estudar tudo o que acontece na reunião, ou
seja, as atenções de todo o grupo se convergem para o mesmo foco, não havendo,
portanto, várias sub-reuniões concomitantes. Logo, em grupos menores em número
e/ou que sejam iniciantes em termos de experiência mediúnica, o ideal seria uma
manifestação psicofônica (com concomitante doutrinação) de cada vez, ou no
máximo duas, que podem ser utilizadas principalmente em grupos maiores com um
número maior de componentes e, sobretudo, de médiuns psicofônicos. Em alguns casos,
um mesmo componente pode desempenhar mais de uma função durante a reunião
mediúnica, o que cada grupo deverá decidir de acordo com o número de
participantes, intensidade mediúnica dos principais instrumentos mediúnicos,
tamanho da sala de reuniões, isolamento acústico da mesma, entre outros
fatores, o que torna cada grupo mediúnico muito particular e sujeito a soluções
mais adequadas a cada casa espírita, em se tratando deste assunto em
particular.
O
número de componentes não deveria exceder o valor de aproximadamente 14 a fim
de que a disciplina, a homogeneidade espiritual e a produtividade da reunião não
sejam comprometidas e para que todos tenham oportunidade de contribuir
efetivamente com as tarefas, de forma que o crescimento mediúnico-doutrinário
seja ótimo para todos os participantes. Grupos que superam esse limite de
participantes estariam mais sujeitos a problemas como heterogeneidade
vibratória e indisciplinas variadas. Desta forma, tais grupos poderiam cogitar
seriamente em alternativas como, por exemplo, a subdivisão em dois grupos
distintos, a fim de que o Centro Espírita cresça em suas atividades tanto em
termos de quantidade de tarefas como, principalmente, no que se refere à
qualidade das mesmas.
Grupos
mediúnicos iniciantes devem constituir as chamadas “reuniões de desenvolvimento
mediúnico” (também conhecidas como “reuniões de educação mediúnica”). Grupos
mais experientes, que já passaram previamente por “reuniões de desenvolvimento
mediúnico”, podem formar as denominadas “reuniões de desobsessão” propriamente
ditas, as quais desenvolvem trabalhos mais complexos do ponto de vista da
atuação espiritual educativa envolvendo entidades sofredoras.
Leonardo Marmo Moreira
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