André
Luiz, na obra “Nosso Lar”, foi considerado um suicida indireto ou inconsciente.
Os mentores caracterizaram tal situação como sendo o contexto que envolve
aquele indivíduo que não cuidou da saúde e demonstrou desrespeito pelos
cuidados mínimos necessários para manter e até aumentar a sobrevida de um corpo
físico. Por exemplo, alimentação equilibrada; sono adequado; abstinência de
hábitos nocivos à saúde como é caso do uso de drogas lícitas e/ou ilícitas;
proteção em relação às condições climáticas mais drásticas; controle do
estresse; equilíbrio emocional; equilíbrio afetivo-sexual; perdão das ofensas;
eliminação ou minimização de sentimentos negativos como raiva, ressentimento,
tristeza, entre outros; cuidado em relação a riscos, em alguns casos
desnecessários, de acidentes físicos, como desastres de trânsito, violência
física, entre outros; hábito de manter pensamentos positivos; culto do
evangelho no lar e da prece etc. Ao contrário do suicídio direto, o suicídio
indireto não exige a intenção contundente de se acabar com a vida de uma forma
drástica e imediata, estando mais relacionado a uma atitude de descaso, de
inconseqüência em relação às leis que regem a vida física, denotando diferentes
graus de imaturidade espiritual.
Suicídios
diretos e suicídios indiretos (pelos menos aqueles de maior nível de
comprometimento espiritual) tendem a minimizar a tendência ao chamado “sono
reparador” dos desencarnantes. Tal informação é respaldada por informações do
autor espiritual Humberto de Campos, quando entrevista Marylin Monroe no
capítulo intitulado “Entrevista em Hollywood”, e também em “Depoimento”
(capítulo 2). Podemos citar igualmente os capítulos iniciais da obra “Estante
de Vida” de Irmão X. Essa vigília acaba sendo extremamente tormentosa para o
desencarnante suicida.
Além disso, o excesso de fluido
vital e de vinculação entre o Espírito, o perispírito e o cadáver faz com que o
Espírito possa sofrer muito, inclusive podendo padecer com a decomposição dos seus
despojos carnais. Outro aspecto a ser considerado é que o excesso de fluido
vital faz com que a densidade do perispírito, isto é, o nível de materialidade
do perispírito permaneça muito intenso, limitando a possibilidade de percepção
dos seres espirituais mais elevados que podem estar próximos dos suicidas,
trabalhando em prol do socorro espiritual possível de ser administrado a esses
irmãos sofredores. Isto ocorre porque o perispírito do suicida desencarnante
está muito denso, ou seja, muito materializado, enquanto que o perispírito do
protetor apresenta propriedades muito mais sutis, mantendo esse corpo
espiritual invisível aos suicidas.
Neste contexto, é importante frisar
o papel do chamado “cordão prateado”, que é uma espécie de liame que mantém
conectado o perispírito propriamente dito ao corpo físico, sendo responsável
pela possibilidade de desdobramento espiritual parcial do Espírito encarnado e
seu retorno ao corpo físico, sem haver o desligamento completo que seria a
morte propriamente dita (desdobramento total do espírito em relação ao corpo). Mesmo
após a morte física (o óbito propriamente considerado, caracterizado pela
ocorrência dupla da morte cardiorrespiratória e da morte troncoencefálica),
muitas vezes o desligamento final do perispírito em relação ao corpo físico
demora algum tempo para ocorrer, o que pode ser constatado através do relado de
Irmão Jacob na obra “Voltei”. Esse tempo é bem variado, dependendo basicamente
das condições espirituais do desencarnante. Portanto, o “cordão prateado” muitas
vezes permanece intacto durante algum tempo mantendo o suicida ligado ao cadáver,
seja no próprio caixão, que é uma situação muito dolorosa, seja com o Espírito
sentando ou em pé sobre a lápide (como o próprio André Luiz narra em Obreiros
da Vida Eterna), que não deixa de ser doloroso, porém em condições menos
drásticas do que o primeiro caso.
Por outro lado, mesmo após o cordão
prateado ser desligado do corpo, temos que enfatizar que, se o nível de fluido
vital do perispírito permanecer elevado, haverá uma liberação muito intensa de
fluido vital (“ectoplasma”), denotando o alto grau de materialidade do corpo
espiritual. Esse “ectoplasma” costuma ser abundante e muito materializado
quando liberado por suicidas, denotando o alto grau de materialidade do corpo
espiritual dos irmãos que mataram o próprio corpo. Tal situação frequentemente
só pode ser remediada quando o período aproximado para o qual a programação
reencarnatória previa a duração da vida física é atingido. Até esse ponto, a
materialidade perispiritual dificilmente permitiria um resgate direto de
mentores espirituais visando à internação desses espíritos sofredores em
colônias de refazimento.
Assim sendo, os suicidas tendem a
apresentar grande liberação de fluido vital durante um representativo intervalo
de tempo, o que os torna alvos preferenciais de falanges de Espíritos bastante
atrasados, que tentam capturá-los para mantê-los presos em uma espécie de
cativeiro, onde os recém-desencarnados podem ser vampirizados por esses
Espíritos primitivos, que são extremamente apegados às sensações do corpo
físico.
Leonardo Marmo Moreira
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