Chico Xavier foi médium polivalente,
ou seja, suas faculdades mediúnicas eram multifacetadas. Dentre elas
destaca-se, obviamente, a psicografia, cuja obra engloba diferentes assuntos e
abordagens dentro das linhas mestras do Espiritismo e do Evangelho. De fato,
mensagens evangélicas, romances, poesias, crônicas, contos, reportagens
espirituais e não-espirituais, avaliações históricas, literatura
infanto-juvenil, cartas (correio espiritual), entre outras formas, constituem
tipos de textos contemplados com copiosa amostragem de exemplos pela obra do
médium Francisco de Paula Cândido Xavier.
O
número de títulos publicados já atinge mais de 460. De fato, 412 obras do
médium de Pedro Leopoldo-MG foram publicadas enquanto o médium estava
encarnado, mas as publicações de trabalhos inéditos do médium mineiro após sua
desencarnação, há aproximadamente uma década, já somam aproximadamente 50
obras, totalizando mais de 460 livros publicados. Esta obra colossal já vendeu
aproximadamente 45 milhões de exemplares, tornando Chico Xavier o escritor mais
lido da América Latina. De fato, Chico Xavier é o autor brasileiro de maior
sucesso, segundo a revista “Isto é” (Fevereiro de 2010/Edição 2103). Segundo a
revista “Isto é” ele já vendeu quase o dobro dos livros de Paulo Coelho, nossa
referência de best-seller literário. Em fevereiro de 2010, portanto, há mais de
2 anos, seus 458 livros (à época) somavam aproximadamente 45 milhões de cópias
vendidas, segundo Cesar Perri, diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB).
“Somente ‘Nosso Lar’ tem 2,5 milhões de edições comercializadas em 15 idiomas”,
afirmou, à época o referido diretor da FEB.
Chico
Xavier psicografou sete (7) dos dez (10) melhores livros espíritas do século XX,
pelo menos segundo pesquisa realizada por órgãos da imprensa espírita
(Organizações Candeia), os quais consultaram renomados nomes do movimento espírita
nacional para chegarem a esta classificação. O primeiro lugar coube ao livro “Nosso
Lar”, ditado pelo Espírito André Luiz (Primeiro Lugar: “Nosso Lar”, André
Luiz/Chico Xavier; Segundo Lugar: “Paulo e Estevão”, Emmanuel/Chico Xavier;
Terceiro Lugar: “Parnaso de Além Túmulo”, Espíritos Diversos/Chico Xavier;
Quarto Lugar: “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, Léon Denis; Quinto
Lugar: “Memórias de Um Suicida”, Camilo Castelo Branco/Yvonne A. Pereira; Sexto
Lugar: “A Caminho da Luz”, Emmanuel/Chico Xavier; Sétimo Lugar: “O Espírito e o
Tempo”, José Herculano Pires; Oitavo Lugar: Há Dois Mil Anos, Emmanuel/Chico
Xavier; Nono Lugar: “Evolução em Dois Mundos”, André Luiz/Chico Xavier-Waldo
Vieira; Décimo Lugar: “Missionários da Luz”, André Luiz/Chico Xavier).
Apesar
da elevação intelectual de sua obra, só estudou, em termos de educação formal,
o chamado “primário”, pois teve que trabalhar para ajudar no sustento da
família. Tal fato torna o conteúdo moral, a elevação estilística na linguagem e
o volume total de sua psicografia ainda mais impressionantes.
“Parnaso
de Além Túmulo” (livro de poesias publicado em 1932), sua primeira obra
psicografada, constitui até hoje complexo enigma para estudiosos da literatura
de orientação materialista, pois Chico trouxe de volta à Crosta, grande parte dos
grandes nomes da literatura em língua portuguesa, do Brasil e de Portugal (56
poetas desencarnados), através de poesias totalmente inéditas. As poesias
demonstravam inequivocamente o estilo peculiar de cada poeta, o que foi
ratificado pela análise de diversos escritores renomados da época, tais como
Menotti del Pichia e Humberto de Campos.
Conforme
registro no site da União Espírita Mineira (U.E.M.), o qual foi obtido com o
confrade Zenon Vilela, Chico Xavier psicografou algumas obras em tempo recorde,
a saber:
Em
1952, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: “Roteiro” de Emmanuel (172
páginas) e “Pai Nosso” de Meimei (104 páginas).
Em
1963, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias (Nestes casos, metades das obras,
uma vez que são obras psicografadas por Chico Xavier e Waldo Vieira): Opinião
Espírita (obra que contempla 204 páginas no total); e “Sexo e Destino (obra que
contempla 360 páginas no total).
Em
31 de Março de 1969, data comemorativa do centenário da desencarnação de Allan
Kardec, Chico psicografou 2 LIVROS NO MESMO DIA: “Passos da Vida” (156 páginas)
e “Estante da Vida (184 páginas).
Seu
primeiro romance mediúnico “Há 2000 anos” foi psicografado no curto espaço de
tempo que vai de 24/10/38 a 09/02/39 (aproximadamente 3 meses e meio), nos
intervalos de suas atividades profissionais. Tal psicografia chama a atenção,
pois a chamada “cronologia romana” foi reconhecida como autêntica por
especialistas do assunto.
Fomentou
direta e indiretamente um número colossal de outras obras de conteúdo
evangélico-doutrinário de outros autores espíritas e não espíritas, os quais se
apoiaram em orientações, experiências mediúnicas, experiências vivenciais,
dissertações evangélico-doutrinárias e trabalhos específicos dentro do
movimento espírita narrados e vividos por Chico Xavier. Somente de livros
biográficos publicados inspirados na vida de Chico Xavier temos um número
superior a cem (100) obras.
Participou
da direção e orientação doutrinária de um grande número de casas espíritas em
Pedro Leopoldo e em Uberaba, com destaque para o “Centro Espírita Luis Gonzaga
(Pedro Leopoldo-MG)”; a “Comunhão Espírita Cristã (Uberaba-MG)”; e o “Grupo
Espírita da Prece(Pedro Leopoldo)”.
Foi
médium psicofônico em um número incontável de reuniões de desobsessão, nas
quais foi instrumento da doutrinação evangélico-doutrinária de um grande número
de Espíritos sofredores.
Foi
médium de materialização e participante de reuniões de materialização, nas
quais fenômenos extraordinários foram verificados por diversos indivíduos
idôneos espíritas e não-espíritas.
Foi
médium de um número incontável de mensagens de espíritos que, ao morrerem,
deixaram suas famílias desesperadas, tornando-se um veículo de confirmação de
imortalidade, conforto e esperança para milhares de famílias. De fato, o
chamado “Correio de luz”, tarefa de difícil execução por constituir uma espécie
de reunião mediúnica de certa forma pública causava um grande desgaste físico
ao médium, sem prejuízo qualquer à psicografia dos livros propriamente ditos,
os quais eram feitos em horários alternativos.
O
chamado “Correio de Luz” era desenvolvido com Chico Xavier rodeado por 400 a
500 pessoas em média, o que deu inúmeras evidências de autenticidade das
comunicações mediúnicas, incluindo até mesmo estudos grafoscópicos das
assinaturas dos “mortos”.
Jamais
recebeu qualquer recurso financeiro oriundo dos 412 livros psicografados em
vida, tornando-se um incomparável exemplo da prática da mediunidade gratuita,
ou seja, da mediunidade verdadeiramente espírita. Todos os direitos autorais
foram doados para obras de caridades, as quais contribuíram e continuam
contribuindo para a manutenção de obras de amor aos mais necessitados.
A
excelência mediúnica jamais foi obstáculo ao cumprimento fiel de suas
atividades de trabalho material, no qual consta que foi um extraordinário
cumpridor de seus deveres. De fato, segundo vários biógrafos, Chico jamais
teria faltado a nem mesmo um único dia de trabalho.
Em
estudo desenvolvido por especialistas da área médica e das ciências naturais,
foi constatado que Chico Xavier apresentava uma eletroencefalograma
correspondente ao perfil apresentado na Epilepsia, sendo que jamais, em seus 92
anos de vida, o médium tenha apresentado qualquer sintoma desta enfermidade.
Este fato, que ainda é referências para estudos vigentes sobre o fenômeno
mediúnico, denota que, de forma nenhuma o médium estava “fingindo” o fenômeno,
ou seja, que o chamado “estado alterado de consciência” era legítimo. De fato,
seria impossível a elaboração de qualquer obra intelectual, ainda mais da grandiosidade
da obra de Chico Xavier, passando por um surto epiléptico.
Apoiou
e orientou um enorme número de médiuns, oradores, escritores e dirigentes
espíritas em suas respectivas atividades doutrinárias seja através do diálogo
fraterno seja por meio de cartas, sendo uma referência e um orientador indireto
de um grande número de casas espíritas brasileiras.
Despertou
e inspirou diversas pessoas a estudarem, aderirem e trabalharem no Espiritismo,
devido a excelência de sua obra, do ponto de vista intelecto-moral, associada
igualmente a excelência da sua vida intelecto-moralmente.
Superou
preconceitos sectários de religiosos, cientistas e materialistas, inspirando o
respeito de religiosos de outras denominações em relação a ele próprio, à
mediunidade e à Doutrina Espírita, contribuindo decisivamente para a diminuição
do preconceito contra o Espiritismo em nossa sociedade.
Foi
ofendido, caluniado, processado e agredido fisicamente incontáveis vezes sem
jamais manifestar qualquer iniciativa de reação violenta contra tais atitudes,
denotando uma paciência e uma disciplina moral, frente a todo o tipo de
pressão, que são raríssimas em toda a história da humanidade, mesmo para
indivíduos que são referências de verdadeira santidade comportamental.
Contribuiu
com a caridade material, auxiliando grande número de indivíduos necessitados em
Pedro Leopoldo e Uberaba, seja através do trabalho de assistência e promoção
social espírita das entidades em que estava vinculado, seja através de seu
esforço pessoal (Vale lembrar que, em registro de Jorge Rizzini, o qual,
inclusive, foi ao ar em uma edição do “Globo Repórter”, filas de mais de 4
quilômetros eram formadas no natal em Uberaba, onde um número incontável de
necessitados eram assistidos).
Manteve
altíssimo nível profissional em suas atividades associadas ao “pão material”
sem nenhum prejuízo para suas atividades mediúnico-evangélico-doutrinárias
assim como a excelência mediúnica jamais foi obstáculo ao cumprimento fiel de
suas atividades de trabalho material.
Foi
referência de educação e cidadania para espíritas e não-espíritas em Pedro
Leopoldo-MG e Uberaba-MG, cidades em que ele viveu, respectivamente, 48 e 44
anos, aproximadamente.
Chico
Xavier foi arrimo de família, tendo ao todo 14 irmãos. Oito (8) irmãos do
casamento de seu pai, Seu João Xavier, com sua mãe, Dona Maria João de Deus,
sendo que dos nove filhos, Maria Cândida, Luiza, Carmosina, José, Maria de
Lourdes, Chico Xavier, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda, seis, inclusive
o Chico, foram entregues a padrinhos e amigos (vale ressaltar que Chico sofreu
muito nessa fase de sua vida, pois foi entregue à sua madrinha Rita de Cássia,
que era uma mulher desequilibrada, que costumava aplicar em torno de três (3)
surras diárias em Chico, além de submetê-lo a situações humilhantes. Essa fase
durou aproximadamente dois (2) anos). E mais seis (6) irmãos do segundo
casamento de seu pai, que, após a morte de Dona Maria João de Deus,
consorcia-se com Dona Cidália Batista. Os seis novos irmãos seriam André Luiz,
Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido, os quais proporcionaram a
Chico Xavier um número enorme de sobrinhos. Chico auxiliou a todos material e
espiritualmente, sendo fundamental para a manutenção material da família,
incluindo a criação dos sobrinhos, principalmente após a morte prematura de seu
irmão mais velho, José Xavier, e, posteriormente, da enfermidade reumática de
seu pai, Seu João Xavier.
Nasceu
em família pobre (2/4/2010), sofrendo com muitas dificuldades para manter todo
o trabalho de caridade material que foi uma constante em sua vida de 92 anos de
esforços (desencarnou em 30/6/2002).
Dormia
em média apenas 4 horas por dia para conseguir concluir todo o trabalho
material e todo o trabalho espírita/espiritual que constituíam as
aproximadamente 20 horas restantes dos sete dias da semana, sem interrupções.
Sofreu
com diversos problemas de saúde durante toda a sua vida física, tais como
tuberculose, catarata, infarto do miocárdio, angina pectoris, hiperplasia
prostática, um olho praticamente cego etc. sem jamais alegar indisposição
física ou impedimento material para o cumprimento de sua tarefa.
Adotou,
criou e educou seu filho Eurípedes Higino dos Reis, odontólogo de Uberaba-MG.
Foi indicado
para o Prêmio Nobel da Paz no início da década de oitenta (80) em uma campanha
que mobilizou grandes nomes da cultura do país. Foi eleito “O Mineiro do
Século”, por promoção da Telemar e da Rede Globo Minas. Por meio de eleição
organizada pelos auditores independentes da Receita Federal foi considerado uma
das oito (8) mais importantes figuras mundiais ao lado de Madre Tereza de
Calcutá, Mandela, Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara. Foi
eleito “O Maior Brasileiro da História” em promoção organizada pela Revista
Época em 2006.
Leonardo Marmo Moreira