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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Homossexualidade e a Orientação Sexual ministrada às crianças e adolescentes


O assunto "homossexualidade" (e não homossexualismo, pois o sufixo "ismo" significa doença, o que definitivamente não corresponde à homossexualidade) é multifacetado e, obviamente, em um único texto ou em uma abordagem mais sucinta, não seria possível esgotar tão complexo tema, se é que é possível esgotá-lo. Assim sendo, qualquer estudioso minimamente sensato não teria a pretensão de “resolver” esse delicado assunto em um ou dois artigos. Entretanto, o tema, assim como todos os demais assuntos relevantes e de difícil assimilação, necessita ser debatido à luz da Doutrina Espírita. Necessitamos estudar, o que implica em refletir e muitas vezes discordar para que o aprofundamento da nossa consciência espírita cresça gradualmente.

A problemática das obsessões tem acentuado uma série de dificuldades humanas, inclusive àquelas associadas ao comportamento sexual. As obsessões constituem um gravíssimo problema, ainda não conhecido em todas as suas nuances e gravíssimas implicações. Neste contexto, as chamadas "obsessões sexuais" merecem destaque, pois têm gerado quadros de grandes perturbações. O admirável médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco já abordou com muita ênfase esse tema. Inclusive, ele é o instrumento mediúnico da obra de Manoel Philomeno de Miranda de contundente título "Sexo e Obsessão". Vale registrar igualmente os trabalhos oriundos da mediunidade missionária de Chico Xavier pelos autores espirituais André Luiz, destacando as obras “Sexo e Destino”, “No Mundo Maior” e “Ação e Reação”, e Emmanuel, especialmente “Vida e Sexo”.

 Assim como ocorre com o heterossexual, o homossexual tem o direito de assumir sua opção homossexual, desde que seja digno perante sua homossexualidade, condição essa que se aplica igualmente ao heterossexual. De maneira nenhuma, a Doutrina Espírita restringe essa liberdade pessoal. Muito pelo contrário, as sucessivas reencarnações, muitas vezes em diferentes sexos, ajudam a explicar os diferenciados comportamentos nessa área. Aliás, tal compreensão, profundamente embasada nos ensinos de Jesus, não é algo comum na maioria das religiões ditas cristãs, mas, indiscutivelmente, é uma realidade da Doutrina Espírita.

Por outro lado, no que se refere à orientação educacional proporcionada por pais, professores e psicólogos, há de se ter muita cautela, para que comportamentos sem raízes mais sólidas no passado não sejam estimulados sem nenhuma necessidade. Muitas crianças e pré-adolescentes vivenciam uma fase de conflitos nessas respectivas fases da vida, incluindo dificuldades no campo sexual, sem, no entanto, apresentar necessariamente tendências homossexuais efetivas. Nestes casos, a postura de alguns pais e psicólogos de apoio imediato à opção homossexual pode fomentar uma escolha que nem sempre está sustentada verdadeiramente nas vivências e inclinações do Espírito. Isto ocorre porque cada indivíduo é um universo em si mesmo, com características únicas.

Portanto, partindo-se do pressuposto que nenhuma pessoa, por mais habilitada que seja, tem compreensão total do universo íntimo do outro, temos de admitir que qualquer estímulo a determinado comportamento homossexual consiste em atitude de gravíssima responsabilidade, sobretudo quando se tratar de crianças, pré-adolescentes e adolescentes, os quais estão formando sua personalidade para a presente reencarnação.

O Mentor espiritual André Luiz em “Missionários da Luz”, ao discutir o papel da epífise em nossa vida mental, afirma que em torno dos 14 anos de idade ocorre um processo de conflito entre a bagagem espiritual das reencarnações anteriores e a educação e formação pessoal da presente encarnação. Portanto, em nosso nível evolutivo, mais do que comum, o conflito psicológico-comportamental do adolescente é natural. Logicamente, além das mudanças fisiológicas e da aquisição dos caracteres sexuais secundários, tal informação do benfeitor espiritual denota que a transição da juventude é muito mais profunda, complexa e geral do que poderíamos supor em um primeiro momento, partindo-se de uma abordagem puramente materialista. 

Ora, se o conflito do presente com o passado, em torno dos 14 anos de idade, é praticamente uma regra para todos nós que estamos reencarnando no planeta Terra, infere-se que somente desta “luta íntima” surgirá um adulto mais consciente, mais espiritualizado e mais amadurecido para a vida, que é exatamente o objetivo do processo reencarnatório.

Infere-se que só com o tempo teremos uma definição da personalidade em todas as áreas, sobretudo nesse intrincado setor que constitui o campo sexual. Nesta área do comportamento humano, é comum a co-existência de tendências contraditórias para a formação de uma personalidade mais equilibrada e espiritualizada. Indiscutivelmente, dentro deste contexto, a educação moral espírita apresenta profunda relevância, para que os Espíritos que começam uma nova jornada tenham desde a GESTAÇÃO, orientação evangélica, exemplos éticos sadios e apoio emocional para se guiarem para o caminho do bem, do belo, do útil e do verdadeiro.

Ora, em princípio, em casos em que as tendências homossexuais não sejam tão explícitas, a “orientação heterossexual”, isto é, uma orientação sexual convencional, em concordância com a morfologia física do corpo material do indivíduo deveria ser o comportamento de praxe, até para preservar as crianças e jovens de um estímulo a determinadas experiências precipitadas para a faixa etária das mesmas.

De fato, vivemos um momento histórico em que nossa sociedade permite e até estimula uma excessiva “sexualização” da infância, sendo que profundas perturbações têm advindo dessa realidade. A partir do momento em que o indivíduo seja mais maduro física e psicologicamente, ele terá condições de realmente equacionar suas tendências. Desta forma, se as características homossexuais se manifestarem efetivamente, ele poderá assumir essa condição em um momento mais apropriado, com mais maturidade e, se não for o caso, terá evitado maiores problemas por não ter sido estimulado a tal atitude.

Jesus nos ensina: “É necessário que haja escândalos, mas ai de quem os escândalos vierem”.  E em “O Evangelhos segundo o Espiritismo” recebemos uma interessante orientação que diz que “em caso de dúvida, devemos nos abster”. Corroborando tal afirmação, o Espírito Erasto, em “O Livro dos Médiuns”, afirma que “É preferível rejeitar 10 verdades a aceitar uma única mentira”. Ora, se o indíviduo for realmente homossexual, ele não perderá nada no adiamento da ação de assumir tal condição, sendo que nós estamos nos referindo principalmente a crianças e pré-adolescentes. E se não for homossexual, teremos evitado fomentar graves perturbações no mundo íntimo e na história pessoal daqueles a quem deveríamos contribuir para a educação moral e para o equilíbrio espiritual. Portanto, uma orientação sexual dita convencional, sobretudo na infância e na pré-adolescência, visa justamente a minimizar as perturbações acentuadas descuidadamente por pais, amigos e orientadores, e não o contrário. 

Leonardo Marmo Moreira

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