Emmanuel,
além de mentor espiritual de Chico Xavier, coordenou toda a missão mediúnica do
extraordinário mineiro de Pedro Leopoldo. Como se não bastasse, Emmanuel
forneceu ao Movimento Espírita valiosa contribuição como autor de obras de
subido valor doutrinário. O autor em questão, possuidor de vasto conhecimento
evangélico, escreveu páginas extremamente profundas do ponto de vista da busca
pela transformação moral à luz da Doutrina Espírita, utilizando de referências
bíblicas em algumas obras e de citações da Codificação Kardequiana em outras,
além de romances, entrevistas e outros gêneros de produção. Ademais, seus
conselhos, orientações e advertências direcionadas ao pupilo Chico Xavier,
foram tornadas públicas pelo médium, o que gerou extraordinário material de
reflexão espalhado em diversos livros que relatam casos de caráter biográfico e
doutrinário relacionados à vida de Francisco Cândido Xavier.
A seguir,
reunimos e analisamos algumas instruções de Emmanuel, visando aprofundar nossos
estudos sobre a Doutrina espírita e nossa vida moral:
1)
“Jesus,
a Porta. Kardec, a Chave”.
Se Jesus representa a porta que sintetiza “o caminho, a
verdade e a vida”, isto é, a via de acesso à elevação espiritual, a Codificação
Kardequiana representa a fonte mais segura de informações sobre as Leis
Divinas, o que permite que literalmente “decodifiquemos” muitas passagens do
Mestre Nazareno que foram deturpadas ou menosprezadas pela humanidade no
decorrer de dois milênios. O conteúdo doutrinário proporcionado pelo
Espiritismo nos ajuda a compreender o sentido profundo das passagens
evangélicas bem como o entendimento do Evangelho corrobora e ilustra os
postulados Kardequianos.
2)
“Se
algum dia algo que eu ensinar ficar em oposição a Kardec e Jesus, fique com
eles e deixe-me”.
Assim como Allan Kardec havia asseverado em “A Gênese” que se
algum dia a Ciência provar que o Espiritismo equivocou-se em algum ponto, nós
deveríamos corrigir esse ponto e seguir em harmonia com a Ciência, demonstrando
sua sabedoria, humildade, visão científica e espírito de vanguarda, Emmanuel
estabelece que as referências morais e doutrinárias de Chico Xavier, e,
logicamente, de todos nós, deveriam ser, em primeiro lugar, a Codificação e o
Evangelho.
3)
“A
maior caridade que nós podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua
Divulgação”.
A Doutrina Espírita representa “Sol nas Almas”, oferecendo
iluminação de consciências em um nível inédito em toda a história da humanidade
terrestre. Contribuir amorosamente com a sua divulgação representa trabalho de
grande responsabilidade, mas igualmente de elevado mérito espiritual, pois
significa ajudar efetivamente no esclarecimento, no consolo e na transformação
espiritual para melhor de toda a humanidade.
4)
“Não
existe bom médium, sem homem bom”
A reforma íntima deve ser considerada tarefa prioritária a
todos que almejam trabalhar na mediunidade. Pela sintonia, Espíritos afins
estão sempre trocando pensamentos e fluidos, sendo que, quanto maior for a
intensidade mediúnica do candidato a esse trabalho, mais intenso será a
manifestação dessa interação com o mundo espiritual. Assim sendo, a mediunidade
somente será uma fonte de bênçãos e oportunidades no campo do bem, se as bases
morais mínimas do portador da faculdade já estiverem bem sólidas. Caso
contrário, será muito difícil um trabalho disciplinado moralmente e persistente
ao longo do tempo. Portanto, nossa preocupação não deve ser acentuar nosso
potencial mediúnico, muitas vezes de forma precipitada, mas sim, dar um elevado
direcionamento moral às nossas existências, de maneira que possamos estar cada
vez mais equilibrados e produtivos nas tarefas doutrinárias e não-doutrinárias,
independentemente do tipo de serviço desempenhado.
5)
“...os
três requisitos da Mediunidade com Jesus: Disciplina, disciplina e disciplina”.
Todos os indivíduos apresentam em suas existências uma série
de dificuldades particulares e complexidades em suas existências, sejam elas
espirituais, orgânicas, familiares, profissionais, econômicas ou sociais.
Outrossim, todos os Espíritos encarnados apresentam áreas de interesse pessoal,
envolvendo cultura geral, diletantismo e entretenimento, dependendo de diversos
fatores associados às aptidões pessoais e o contexto atual de cada
reencarnação. Desta forma, ao abraçar uma tarefa associada à espiritualidade,
as cotas de esforço e perseverança devem ser elevadas bem como a motivação e a
responsabilidade para que nossas contribuições não sejam apenas “fogo de palha”,
fazendo-nos agir como os “solos pedregosos” ou “solos espinhosos” da “Parábola
do Semeador”.
6) “Seria
recomendável que os indivíduos que optem pela cremação dos despojos carnais
aguardem um intervalo de tempo mínimo de 72 horas a partir do óbito para efetuarem
tal procedimento”.
Essa recomendação do Benfeitor Espiritual justifica-se, pois
a falência biológica não representa a imediata desvinculação total entre
Perispírito e Corpo físico. De fato, o fenômeno da total desvinculação do Corpo
Espiritual em relação ao cadáver depende de uma série de fatores de natureza
espiritual, tais como evolução moral; evolução intelectual, sobretudo
conhecimento a respeito da vida espiritual; gênero de vida; tipo de morte; preparo
espiritual da família; ambiente espiritual durante o “velório” etc. Realmente,
para a grande maioria de seres humanos tal desligamento não se opera
imediatamente após a morte do corpo, fazendo-se necessário um período de
adaptação à nova realidade que pode ser mais ou menos perturbadora. O respeito
a esse intervalo de tempo mínimo seria interessante para que todos os laços
fluídicos que mantém o Perispírito imantado ao corpo físico fossem eliminados,
evitando impactos sobre o perispírito do Espírito desencarnante.
7)
“Todo
esforço de hoje é uma facilidade a sorrir amanhã”.
Somos sempre senhores do nosso destino e isto ocorre através
da utilização de nosso livre-arbítrio. Pela Lei de Causa e Efeito, estamos
sempre afetando nosso futuro pelas atividades desenvolvidas no presente. Assim,
o trabalho, compreendido como “toda atividade útil”, é a base de toda conquista
espiritual. De fato, somos herdeiros de nós mesmos, implicando que através do
esforço e do trabalho no presente, além de diminuirmos o impacto de débitos
espirituais do passado, ampliamos nossas potencialidades intelecto-morais para
os desafios do futuro.
8)
“Esse
almeja. Aquele deve. E para realizar ou ressarcir, a vida pede preço”.
Dentro da “Lei de Justiça, Amor e Caridade” (vide “O Livro
dos Espíritos”), o trabalho no bem, principalmente nas tarefas que amparem
diretamente os nossos irmãos representam novas causas de harmonização
espiritual, que podem neutralizar ou pelo menos atenuar causas negativas
geradas no pretérito. Obviamente, a tarefa no bem, por si mesma, gera
desenvolvimento de aptidões e renovação de valores e aspirações, fomentando um
“círculo virtuoso” de evolução espiritual, onde o reajuste com o passado
preenche o presente, que, por sua vez, representa desenvolvimento de
habilidades que tendem a gerar novas oportunidades de progresso espiritual no
futuro.
9)
“Acalma-te,
fazendo todo o bem possível, porque se a misericórdia divina ainda não alcançou
tua esfera de lutas, permanece a caminho”.
A Misericórdia das Leis Universais sempre nos alcança, apesar
de nem sempre a compreendermos imediatamente. De qualquer forma, a constância
no dever e no bem constitui diretriz de segurança para que façamos jus ao auxílio
espiritual desejado. Nossa produtividade no bem gera o mérito bem como a
simpatia dos benfeitores maiores, uma vez que, quanto mais trabalhamos na Obra
da Criação, mais vezes estaremos sendo instrumentos de Deus no auxílio aos
nossos irmãos.
10) “Se o passado fornece a riqueza da
experiência, nem sempre é o guia mais seguro para o presente”.
A fixação das imagens negativas, viciações e ressentimentos é
hábito extremamente perturbador para o indivíduo que almeja a elevação
espiritual. Indubitavelmente, a grande maioria dos Espíritos atualmente
encarnados na Crosta terrestre, possui lembranças tristes, mágoas,
arrependimentos e traumas em maior ou menor grau. Entretanto, tais impressões
negativas só impactam mais significativamente a vida mental de cada um de nós,
quando, por invigilância, damos guarida a essas impressões e passamos a
“reviver” em nosso mundo íntimo, tais experiências. A “higiene” mental e
emocional, através de um “processo auto-limpante” de vigilância espiritual,
diminui a ocorrência das “telas mentais” infelizes, limitando a manifestação
desses verdadeiros “Painéis da Obsessão”, como diria Manoel Philomeno de Miranda.
Essa limpeza requer o emprego abundante de preces sinceras, leituras
edificantes, otimismo, ações no bem, entre outras atividades que visam ao bem
do nosso irmão e que ineroxavelmente sempre geram o nosso próprio bem.
Leonardo Marmo Moreira
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