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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Nem todos são médiuns: O Exemplo da vivência de Léon Denis

            Ao identificarmos um indivíduo como médium, estamos afirmando que se trata de um ser humano caracterizado por muitos como um “paranormal”. Isso porque seu nível de percepção extra-sensorial é bem superior ao nível da maioria dos indivíduos de nossa sociedade, os quais seriam os ditos “normais” (daí paranormalidade ou parapsiquismo).

            A conscientização em relação a essa realidade é fundamental para que atenuamos um equívoco em termos de interpretação dos postulados kardequianos, que ocorre em nosso movimento espírita em relação à identificação dos “médiuns de ação”. De fato, sob certo aspecto básico (uma telepatia mínima), todos têm algum nível de percepção mediúnica, por menor que seja, pois isso é uma característica inerente ao Espírito. Entretanto, partindo-se dessa premissa, muitos têm esperado a ocorrência de fenômenos paranormais ostensivos por meio de qualquer criatura que se disponha a frequentar determinadas reuniões.

            A proposta kardequiana em relação à definição de médiuns assim como ao trabalho dos mesmos nas casas espíritas têm sido deturpada em muitos setores de nosso movimento, pois com base nessa frase solta, totalmente fora de contexto, “todos são médiuns”, muitos confrades pretendem obter psicografias, psicofonias e vidências de indivíduos que não possuem intensidade mediúnica suficiente para isso. Portanto, essa premissa errônea torna-se altamente perigosa, pois dependendo do nível de discernimento doutrinário do pressuposto “grupo mediúnico”, pode dar margem a vários tipos de processo anímico e, o que é ainda pior, até mesmo mistificações inconscientes propriamente ditas.

            Uma semente de uma grande árvore pode ser considerada potencialmente uma árvore, isto é, uma “árvore em potencial”, mas, no momento presente, ainda não é esta árvore e não apresenta várias características que tipificam a árvore. O mesmo vale para os “médiuns em potência” em relação aos verdadeiros “médiuns ostensivos”.

            O grande “Apóstolo do Espíritismo”, Léon Denis, por exemplo, conta um pouco da sua experiência inicial desanimadora com reuniões mediúnicas:

            “Como tantos outros – disse ele -, procurava provas, fatos precisos, de modo a apoiar minha fé, mas esses fatos demoraram muito a vir. A princípio insignificantes, contraditórios, mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, absolutamente, a ponto de, por vezes, pensar em não mais prosseguir em minhas investigações, mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios elevados, não desanimei.

            “Parece-me que o Invisível deseja experimentar-nos, afirmou Denis, medir nosso grau de perseverança, exigir uma certa maturidade de espírito antes de entregar-nos a seus segredos.”

            Se tais dificuldades ocorreram com o próprio Léon Denis, que obviamente tinha uma missão altamente relevante e decisiva para os rumos de Espiritismo na Terra, certamente também (e com mais razão) poderão acontecer conosco as mesmas dificuldades na área da experimentação mediúnica. Um dos fatores que gera esse tipo de dificuldade é a dificuldade de se encontrar um bom número de indivíduos, para cada casa espírita, que, além de serem realmente médiuns ostensivos, são Espíritas conscientes e dedicados, comprometidos com a tarefa espiritual.


Leonardo Marmo Moreira

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