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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Mediunidade Gratuita

Um dos pontos de honra da Doutrina Espírita e do autêntico Movimento Espírita é o zelo ético-moral perante a Mediunidade.

A proposta do Espiritismo é a “Mediunidade com Jesus”, isto é, o emprego de nossas faculdades paranormais, mediúnicas e anímicas, da forma mais elevada espiritualmente que possamos alcançar. Assim sendo, é inevitável lembrar-se do “Daí de graça o que de graça recebestes”, o qual foi proferido pelo Mestre Nazareno e que dá nome a um importantíssimo capítulo de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. A gratuidade de todo e qualquer trabalho de cunho religioso-espiritual é pré-requisito para toda e qualquer atividade espírita, sob pena da respectiva tarefa não fazer justiça ao rótulo espírita, isto é, ser um uso indevido do termo espírita.

O Espiritismo não chancela o profissionalismo religioso assim como qualquer tipo de associação entre atividades de origem espiritual e ganhos materiais pessoais. Chico Xavier, nosso grande exemplo de “Mediunidade com Jesus” e rigorosa referência de mediunidade gratuita, doava, inclusive, os presentes recebidos para que de maneira indireta e sutil, ele não recebesse qualquer vantagem material em função de sua atividade mediúnica, mesmo que de forma não-intencional por parte dos confrades e amigos em geral.

Nós, espíritas, devemos ter grande responsabilidade perante tal posicionamento, que constitui aspecto insofismável da Doutrina Espírita e que, longe de representar grande mérito por parte do médium, não é mais do que simples obrigação de qualquer pessoa minimamente esclarecida quanto às verdades espirituais.
Grandes fracassos espirituais dentro e fora da tarefa mediúnica têm sido observados ao serem perpetrados por indivíduos que foram seduzidos pelo velho e surrado vício espiritual de buscar vantagens materiais, inclusive ascensão social, em tarefas religiosas.

Desde priscas eras, esse tipo de queda espiritual vem acontecendo em todas as religiões e, de fato, continua ocorrendo nos dias atuais. Entretanto, no Espiritismo, o qual representa o Cristianismo Redivivo e o Consolador prometido por Jesus, quedas semelhantes ganham contornos ainda mais dramáticos, em função do maior nível de esclarecimento e compromisso de seus adeptos para com a verdadeira religiosidade.

A Doutrina Espírita é tão clara a esse respeito que não há nenhuma margem de ambigüidade ou dupla interpretação. Assim, especialmente nós, que nos declaramos espíritas, devemos ter redobrada atenção para essa questão, pois seremos duramente cobrados pela Lei de Deus, em nossa própria consciência, se cometermos erros nessa área. Portanto, nossa vigilância espiritual e nosso desprendimento material, que já são metas comportamentais do Espírita em todas as áreas da vida, devem ser redobrados em nossas atividades vinculadas ao trabalho religioso, sobretudo no Movimento Espírita.

Diz-nos o Apóstolo Paulo, “Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele” e, em outra passagem “E cada um dará conta de si mesmo a Deus”. O Apóstolo dos Gentios deixa evidente que, em primeiro lugar, o apego excessivo aos bens materiais é erro primário para qualquer pessoa que busca a verdadeira espiritualidade e, em segundo lugar, não adianta nos enganarmos, pois prestaremos contas de todas as oportunidades evolutivas que desfrutamos e da produtividade no bem que geramos com as mesmas. Neste contexto, a comercialização das tarefas espirituais será uma mancha consciencial de difícil resolução. De fato, o Mestre Jesus é ainda mais contundente ao dizer “Guardai-vos dos escribas e fariseus que a pretexto de longas preces devoram a casa das viúvas”. Para concluir, poderíamos lembrar igualmente do Apóstolo Tiago que dissera em sua carta “Porque a verdadeira religião é essa: visitar os órfãos e as viúvas em suas necessidades”, denotando que, do ponto de vista material, devemos nos aproximar das tarefas religiosas para contribuir com o pouco que possamos oferecer e não para tirarmos vantagens dos trabalhos, como o próprio Apóstolo Paulo assevera: “fazendo com as mãos o que for bom, para ter o que repartir com aquele que passa por necessidades”.

Esforcemo-nos para que nossas atividades espirituais e doutrinárias sejam sinceras, humildes e completamente desinteressadas de quaisquer vantagens de ordem material, pois Deus conhece “o coração do homem” e “sabe o que se passa em segredo”. Desta forma, cuidemos de nossas intenções mais profundas, procurando elevar nosso patamar ético-moral a fim de não nos violentarmos através de agressões à própria consciência e, por conseqüência, à Lei de Deus.

Leonardo Marmo Moreira

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