Com
o surgimento do Espiritismo, grandes missionários do Bem e da Verdade vêm se
esforçando para gerar, cada vez mais, um volume sempre crescente de evidências
da imortalidade da alma. Esses esforços continuam ainda hoje, e continuarão por
muito tempo, considerando o alto nível de materialismo de nossa sociedade. De
fato, o materialismo é característica muito arraigada em nosso planeta, mesmo por
parte daqueles que se dizem adeptos de religiões. Realmente, mesmo que de forma
paradoxal, muitos ditos espiritualistas, são, na verdade, indivíduos
profundamente materialistas, sem nenhuma seriedade em relação à questão
espiritual.
No
século XIX, a busca pelas evidências da imortalidade da alma, da
comunicabilidade dos espíritos e da existência do chamado “mundo espiritual”
priorizou os estudos envolvendo ectoplasmia, isto é, as chamadas “reuniões de
materialização”. Grandes pesquisadores como Gabriel Delanne, Gustave Geley,
Charles Richet, Friedrich Zöllner, William Crookes, Alexander Aksakov, entre
outros, empenharam grande esforço na produção de reuniões de materialização,
que fossem totalmente autênticas. Além disso, estes grandes missionários da
humanidade esforçaram-se para relatar com riqueza de detalhes tais eventos, de
maneira que as gerações futuras tivessem acesso a tamanho volume de
comprovações da existência e imortalidade da alma. Dessa forma, grande número
de livros destes autores conseguiu chegar até os dias atuais, enriquecendo nossa
biblioteca de obras de inestimável valor para a construção de nossa
espiritualidade em um nível mais elevado.
Com
o passar do tempo, os fenômenos mediúnicos predominantemente de efeitos físicos
foram diminuindo em quantidade e em ostensividade. Poderíamos supor que a
Espiritualidade superior, após oferecer um grande volume de dados deste tipo
(os quais ainda podem ser acessados pelos livros de excelente qualidade
escritos por renomados pesquisadores), decidiu que a mediunidade continuaria
pujante, porém com maior predomínio de fenômenos de natureza intelectual. Além
disso, de uma forma ou de outra, o trabalhador do bem deveria se empenhar
pessoalmente na pesquisa, análise, comparação e comprovação dos mesmos, visando
contribuir para o avanço intelectual do ser humano em direção a uma maior
espiritualidade.
De
fato, um livro como “Parnaso de Além-túmulo” (primeiro livro publicado pela
mediunidade de Chico Xavier através da Federação Espírita Brasileira (FEB) em
1932) constitui relevante evidência da imortalidade da alma. As poesias
originais de poetas como Castro Alves, Casimiro de Abreu, Cruz e Souza, Pedro
de Alcântara, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, entre outros, consiste em
consistente evidência da sobrevivência do Espírito à morte do corpo físico. De
fato, o então desconhecido médium mineiro Chico Xavier, moço pobre que só tinha
estudado o primário, “reproduziu” o estilo de um grande número de poetas que
eram historicamente associados a diferentes movimentos literários: Romantismo,
Simbolismo, Parnasianismo, Pré-Modernismo, entre outros estilos. Isso sem
mencionar as características peculiares de cada um dos autores espirituais. A primeira edição trazia sessenta poemas,
assinados por nove poetas brasileiros, quatro
portugueses e um anônimo. A partir da segunda edição, publicada em 1935,
foram sendo gradualmente incorporados novos poemas à obra até à 6ª edição,
publicada em 1955, quando fixou-se a quantidade de poemas em expressivos
duzentos e cinquenta e nove, atribuídos a cinquenta e seis autores luso-brasileiros,
entre renomados e anônimos.
Obras como o livro
psicografado por Waldo Vieira “Cristo espera por ti”, do Espírito de Honorec de
Balzac e “O Mistério de Edwin Drood” de Charles Dickens (autor de obras como
“Oliver Twist” e que iniciou “O Mistério de Edwin Drood” encarnado, morreu no
meio do livro, e voltou depois da morte para terminá-lo através de iletrado
médium norte-americano) também constituem fortes evidências da sobrevivência da
personalidade ao óbito do corpo físico, demonstrando que a mente, a
inteligência e a personalidade são extra-corpóreas.
Tanto
no que se refere aos estudos envolvendo a comprovação da imortalidade da alma
como em relação aos esforços focados na elaboração e na evolução do conteúdo
doutrinário do Espiritismo propriamente dito, o trabalho analítico dos
Espíritas conscientes é imprescindível. A Doutrina nos ensina a
responsabilidade e, de fato, dirigentes, oradores, coordenadores de grupos de
estudo, médiuns, doutrinadores e todos os estudiosos comprometidos com o ideal
espírita possuem a responsabilidade de valorizar as obras mais elevadas
associadas à ideia espírita. Desta forma, ocorrerá uma espécie de seleção
natural, onde as obras de maior valor doutrinário serão de tal forma
priorizadas e divulgadas pelos chamados “formadores de opinião” do movimento
espírita, que os neófitos da Casa Espírita iniciarão seus estudos por obras de
reconhecido valor espírita, pois serão estes livros de maior conteúdo as obras
valorizadas na difusão das propostas espíritas por meio da veiculação elaborada
pelos expositores do Centro Espírita, que é a principal sede do Movimento
Espírita.
Leonardo Marmo Moreira
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