Emmanuel
deixa claro, prefaciando a obra de André Luiz “Nosso Lar”, que em vão
procuraríamos o nome de André Luiz nos catálogos da convenção. Em outras
palavras, não descobriríamos facilmente a verdade identidade, em se tratando
especificamente da última encarnação de André Luiz.
De
fato, o famigerado “Caso Humberto de Campos” foi um dos fatores que explicam o
porquê desse “nome” não ter sido explicitado pelos amigos espirituais. Esse
episódio foi um dos eventos históricos mais dolorosos na História do
Espiritismo brasileiro. Por outro lado, o “Caso Humberto de Campos” acentuou a
precaução que os médiuns psicográficos passariam a ter no que se refere a
eventuais relevações de nomes de Espíritos autores, sobretudo em se tratando de
personalidades famosas e mais recentes do ponto de vista histórico.
Realmente,
a família de Humberto de Campos solicitou os direitos autorais da obra de
Humberto de Campos-Espírito pelo médium Francisco Cândido Xavier na justiça,
processando o referido médium e a Editora responsável pelas respectivas
publicações, no caso a Federação Espírita Brasileira (FEB).
Após
tal episódio, mesmo Espíritos que na última encarnação já eram espíritas, como
é o caso de Frederico Figner, passaram a utilizar de pseudônimos, no caso
“Irmão Jacob” (a obra em questão é o livro “Voltei”, também obtida pela psicografia
de Chico Xavier e publicada pela FEB), para evitar que novos problemas desse
tipo voltassem a ocorrer.
A
falta de preparação espiritual da família encarnada, envolvendo tanto
interesses econômicos assim como dúvidas a respeito da imortalidade da alma e
da legitimidade do fenômeno mediúnico, entre outros tipos de problemáticas, são
fatores que, em muitos casos, têm motivado a utilização de pseudônimos ao invés
dos “verdadeiros nomes”, isto é, os nomes que corresponderiam à última
encarnação do autor espiritual.
O
Espiritismo nos ensina que, em matéria de fenômeno mediúnico, o mais importante
é o conteúdo da mensagem, sendo a identificação do autor espiritual algo,
obviamente, secundário. No entanto, se fosse possível, tal identificação de
autores famosos seria bastante interessante e, apesar de não ser
imprescindível, ofereceria novas oportunidades de estudos comprobatórios da
imortalidade da alma para os pesquisadores espíritas e não-espíritas. É o caso
de obras mediúnicas atribuídas a Espíritos que já eram famosos enquanto
escritores encarnados, tais como Camilo Castelo Branco, Victor Hugo, Joanna
D`arc, Léon Denis, Honorec de Balzac, Charles Dickens, entre outros.
De
qualquer maneira, o volume de obras espíritas cresce cada vez mais e, desta
forma, lenta e gradualmente, nós podemos estudar um número cada vez maior de
obras espíritas que fornecem valioso conteúdo em prol de nosso aprofundamento
doutrinário. Esse crescimento, inclusive, abrange obras de autores que,
enquanto encarnados, já eram conhecidos. Desta forma, mesmo sabendo que, em
alguns casos, tais identificações não foram possíveis de serem reveladas, pelos
motivos supracitados, outras tem sido disponibilizadas, o que tem permitido que
tais estudos comprobatórios continuem se expandindo, solicitando, apenas, de
nossa parte, uma maior dedicação a tais leituras e pesquisas.
Leonardo Marmo Moreira
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