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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Emancipação da Alma


                A alma, isto é, o espírito em sua condição de encarnado, encontra-se fortemente ligado ao corpo físico. Essa forte ligação tem no “cordão de prata” (também chamado “cordão prateado” ou “cordão fluídico”) o principal elo entre o corpo físico e o períspirito (também chamado “psicossoma”, “corpo espiritual”, “corpo astral” ou “modelo organizador biológico (MOB)”), ou seja, o principal laço de conexão entre o períspirito, que envolve o espírito propriamente dito, e o corpo material. No entanto, apesar dessa forte ligação, o períspirito, e por consequência o espírito propriamente considerado, não se encontra totalmente “enclausurado” no corpo físico.

                De fato, os limites do períspirito transcendem os limites espaciais do corpo físico, fazendo com que o períspirito não se restrinja a uma disposição espacial “dentro” do corpo material. Pelo contrário, irradia-se e mantém um campo energético intenso nas imediações do corpo físico, o qual é conhecido popularmente como “aura”.

                Em determinadas situações, o períspirito pode ter mais facilidade para se afastar do corpo físico, caracterizando o chamado “desdobramento”, o qual pode ser consciente ou inconsciente, ou seja, o espírito pode estar mais ou menos lúcido durante esse fenômeno.

                Esse “desprendimento”, também chamado “projeção da consciência”, só será definitivo por ocasião da morte do corpo físico (a chamada “projeção definitiva”). Entretanto, considerando que aproximadamente um terço de nossa vida física é gasto durante os períodos de sono, o espírita, assim como qualquer indivíduo minimamente esclarecido quanto às verdades espirituais , deve esforçar-se para melhor aproveitar esses intervalos preciosos de tempo, os quais são fundamentais para o refazimento do corpo físico. De fato, o corpo precisa descansar, mas o espírito não.  As atividades do espírito nunca param, o que permite inferir que muito do que enfrentamos de dificuldades durante a vigília pode (e deve) estar relacionado com as atitudes que tornamos durante o desdobramento parcial pelo sono físico, mesmo que não nos lembremos dessas experiências quando acordados. Por outro lado, muitas ajudas e facilidades que eventualmente surpreendem-nos durante o dia,  podem ter sido construídas, por meio de esforços edificantes, em desdobramentos parciais durante o sono físico.

                André Luiz, em “Missionários da Luz”, narra dois casos de trabalhadores espíritas que perderam oportunidades espirituais valiosas durante o desprendimento parcial noturno em função de viciações mentais, as quais devido ao mau uso do livre-arbítrio, tornaram seus respectivos padrões vibratórios totalmente inadequados para os trabalhos de iluminação espiritual que estavam vinculados e comprometidos.

                O fenômeno de “Emancipação da alma”, cujo exemplo básico e mais geral é representado pelo binômio sono/sonhos, é discutido pela falange do Espírito de Verdade em “O Livro dos Espíritos”, sendo que se trata de um evento fundamentalmente anímico, ou seja, basicamente gerado pela própria alma do indivíduo encarnado. Contudo, nestes episódios, é extremamente comum a ocorrência de contato espiritual, o que torna, portanto, tal vivência, na maioria das vezes, um processo misto, isto é, um fenômeno anímico-mediúnico. De fato, mesmo quando o encarnado não percebe a presença de entidades, não significa que elas não estejam presentes (devido às diferenças vibratórias entre os espíritos presentes). Obviamente, é possível um processo totalmente individual e independente de emancipação da alma, mas, em grande número de casos, mesmo quando não perceba, o espírito desdobrado pode estar em contato com outras individualidades, as quais podem ser encarnadas (desdobradas ou não) ou desencarnadas, podendo igualmente ser moralmente elevadas ou não.

                Dentro deste contexto, podem acontecer diálogos, orientações e até mesmo terapêuticas espirituais, nas quais o encarnado desdobrado pode ser tratado ou pode ser colaborador no tratamento de entidades sofredoras, quando, obviamente, pelo seu nível intelecto-moral elevado, sua tarefa fora do corpo encontra-se dentro das missões iluminativas.

                Por outro lado, podem acontecer discussões, agressões, contatos sensuais e obsessões de variados tipos quando o nível moral do encarnado desdobrado está muito materializado, o que o faz interagir predominantemente com espíritos de nível mental semelhante.
          
          É importante frisar que dentro da chamada “paranormalidade” existem fenômenos preponderantemente anímicos, como são os casos mais simples de “emancipação da alma”, nos quais não existe uma influência ostensiva detectável de outras entidades, e fenômenos predominantemente mediúnicos, que consistem, principalmente, na ação do espírito desencarnado através do médium. Há também outros tipos de fenômenos chamados anímicos, nos quais eclode uma personalidade do passado do próprio “paranormal”, que, em um estado alterado de consciência, pode fornecer uma comunicação que faz supor, a priori, a presença de outro espírito, mas que, na realidade, é o próprio médium atuando através de uma recordação inconsciente de vida ou bagagem passada. Neste caso, o fenômeno paranormal é autêntico, não se tratando de fraude, porém é outra “persona” do mesmo espírito encarnado se comunicando, ou seja, é uma lembrança de encarnação passada, mesmo que, em um primeiro momento, tal realidade possa não ser percebida. O trabalho persistente e o estudo constante, muitas vezes envolvendo a gravação das reuniões mediúnicas e sua posterior análise por todo o grupo mediúnico, são, frequentemente, imprescindíveis para a identificação desta realidade.

Leonardo Marmo Moreira

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