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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O significado da expressão “advogado do diabo” e a verdadeira santificação


            A famosa expressão “advogado do diabo” tem sido utilizada atualmente no dia-a-dia quando alguém vai defender uma tese que o “defensor momentâneo” muitas vezes não aceita ou que é contrária às idéias do grupo em que o defensor está inserido. Essa proposta tem a finalidade de testar melhor a solidez dos argumentos contrários à respectiva tese defendida pelo grupo. A tese em questão, teoricamente, deveria ter um expressivo número de evidências consistentes para que o grupo mantivesse sua opinião e para que a eventual defesa dessa idéia fosse convincente lógica, científica, didática e retoricamente.
            A expressão advém de uma função exercida na igreja até a década de 80 (O ofício de Advogado do Diabo foi estabelecido em 1587 e foi abolido pelo Papa João Paulo II em 1983). Por exercer essa função, o Promotor Fidei era popularmente conhecido como "Advogado do Diabo" (Latim advocatus diaboli), na qual um padre ficava responsável por um estudo amplo, profundo e deveras crítico sobre a biografia de um candidato à canonização. Esse ceticismo serviria para levantar fortes suspeitas sobre supostos milagres e sobre a vida moral do candidato a santo. Isso faria com que eventuais deslizes morais e/ou ausência de obras espirituais ficassem bem explícitos a fim de que aqueles que recebessem o título de santo realmente fossem dignos dele. O objetivo desse processo seria evitar a ocorrência de erros que foram muito comuns na história da igreja associados à canonização de indivíduos de atitudes distantes daquelas esperadas por alguém digno de reconhecimento de valor espiritual.
            Humberto de Campos narra o caso de São Domingos, célebre inquisidor espanhol, que foi canonizado por meio de influência política dos membros de sua ordem religiosa, mas que, de forma alguma, mereceria tal distinção.
            O fato é que nós temos sempre muita dificuldade para analisar a qualidade intrínseca das ações e principalmente das intenções de quem as pratica. Jesus, conhecendo essas nossas limitações, forneceu-nos uma orientação bem objetiva: “Conhece-se a árvore pelos frutos”. Então, basicamente, devemos analisar a quantidade (perseverança e constância/disciplina do esforço no bem) e principalmente a qualidade das ações no bem (a intensidade de amor verdadeiro e de qualidades morais associadas a cada atitude e ao modo pelo qual ela é desenvolvida). Devemos estar atentos à atitude pessoal antes, durante, e depois do cumprimento das referidas ações; à presença ou não de vaidade pessoal no desempenho dessas tarefas; à expectativa ou não de reconhecimento pelas obras realizadas (“Que a vossa mão esquerda não saiba o que dá a vossa mão direita”); à presença de falhas morais no desempenho da tarefa do bem etc. Tal avaliação deve valer primeira e basicamente para a análise de nós mesmos a fim de investigarmos a atitude moral de cada um de nós, em um processo sincero e honesto de auto-conhecimento.
Além da auto-avaliação, tal atitude também pode ser utilizada para analisarmos, por exemplo, o valor moral de um livro espírita ou não; para inferirmos a qualidade moral de um grupo de estudos doutrinários e/ou mediúnicos dentro da casa espírita; para avaliarmos a qualidade intrínseca de um trabalho de assistência sócio-educacional etc. Essa atitude cuidadosa é inevitável em nossa vida, pois como Jesus afirmou “Haverá falsos cristos e falsos profetas”. Esses “falsos cristos” são “cegos que guiam cegos”, portanto estaríamos sendo cegos (espiritualmente) ao segui-los, e como eles mesmos são cegos, estaríamos fadados ao fracasso espiritual, pelo uso de referências comportamentais equivocadas.

Leonardo Marmo Moreira

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