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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Homossexualidade nos Animais e Evolução Anímica


 Um confrade amigo pede para que eu forneça a minha opinião, à luz da doutrina espírita, a respeito da homossexualidade nos animais, uma vez que tal comportamento já foi identificado em determinadas espécies de mamíferos.     

Antes de quaisquer considerações, faz-se necessário admitir três pré-requisitos conceituais para construirmos a nossa resposta. O primeiro deles é que o Espírito, princípio inteligente do Universo, em princípio não tem sexo, ou seja, a realidade espiritual de homens e/ou machos e mulheres e/ou fêmeas na essência é a mesma. O pensamento e o comportamento tipicamente associados a determinado gênero advém de experiências reencarnatórias, nas quais pode haver pequena ou mais significativa variação das morfologias sexuais de cada corpo. Assim, alguém que apresente um pensamento e uma atitude tipicamente masculina provavelmente deve esse perfil psíquico a uma sequência de experiências em corpos masculinos que foram gerando condicionamento masculino (“educação é a arte de adquirir hábitos”). Para a mulher, o raciocínio seria análogo. Por outro lado, alguém que não apresente um quadro, em termos de personalidade, muito polarizado do ponto de vista do comportamento sexual pode ter vivenciado uma maior alternância sexual em seus corpos durante uma sucessão de reencarnações, além, obviamente, de uma série de fatores psico-sociais que afetam a sexualidade da criatura.

O segundo pré-requisito que devemos considerar é que os espíritos humanos e os espíritos dos animais são, na essência, o mesmo princípio evolutivo, ou seja, o mesmo “princípio inteligente do universo”, que é a definição de espírito. A diferença fundamental entre eles é que os seres humanos encontram-se muito à frente dos animais espiritualmente, isto é, intelecto-moralmente. Isso ocorre em função de uma criação por Deus prévia e/ou um avanço espiritual mais acelerado. Considerando que a distância evolutiva é muito grande, pode-se supor que na grande maioria dos casos em questão, o fator que prevalece na diferença evolutiva é o momento da criação desses princípios inteligentes por Deus. Deus não pára de criar jamais. Disse Jesus: “Meu trabalha e eu trabalho também”.

O terceiro pré-requisito é a compreensão do fato de que a evolução anímica é algo extremamente complexo Segundo André Luiz, em “Evolução em Dois Mundos”, o chamado “Elo Perdido”, entre as diferentes espécies somente será decifrado pelos naturalistas quando os mesmos considerarem o perispírito e a vida no mundo espiritual. Além disso, o número de reencarnações em variadas espécies animais que o princípio inteligente necessita vivenciar para atingir a condição de Espírito humano é incontável (elevadíssimo mesmo!). Assim sendo, o fato de determinadas espécies animais apresentarem manifestações homossexuais não deve ser tido como algo chocante, pois, em uma sequência reencarnatória, sobretudo na fase pré-hominal, também poderia ocorrer uma alternância sexual por parte de cada individualidade espiritual. Em adição, vale registrar que do ponto de vista do comportamento animal, há uma série de fatores que podem afetar o comportamento sexual dos espécimes de cada grupo. Liderança do grupo assim como mecanismos de relação associados ou não ao poder dentro do grupo variam de espécie para espécie, implicando que vários fatores podem influenciar o comportamento sexual dos animais. Portanto, como o espírito não tem sexo e o sexo é, antes de tudo, uma atitude mental adquirida por condicionamentos em função dos hábitos, determinados grupos podem ter tais hábitos como naturais, sem nenhuma violação em um sentido mais profundo do instinto próprio de cada espécie.

Precisamos considerar ainda que, quanto mais evoluído for o animal, maior independência ele começa a ter em relação ao instinto, o que é natural no caminho que leva à conquista plena do livre-arbítrio e à condição hominal. Animais mais evoluídos, portanto, como é o caso dos mamíferos, poderiam apresentar comportamentos mais claramente discrepantes de uma previsão inicial dos naturalistas no que se refere ao instinto, justamente por já apresentarem níveis significativos de inteligência. Assim sendo, essa discrepância em relação a previsões comportamentais não constitui uma aberração, mas algo natural, uma vez que consideremos a complexidade do processo de aquisição e de manifestação do chamado instinto. Podemos supor que, em pelo menos alguns destes casos, o próprio comportamento, a priori discrepante, não deixa de evidenciar peculiaridades do instinto nessas espécies. De fato, conhecemos pouco sobre a evolução anímica, sua relação com o instinto, e as peculiaridades de cada espécie nesse processo evolutivo.

Podemos inferir que a homossexualidade nos animais, tal como ocorre no homem, não deveria causar tanta surpresa, pois estaria associada ao processo reencarnatório inerente à evolução espiritual de todo princípio inteligente. Desta forma, nesta longa e complexa jornada evolutiva, as variações de condições de corpos são inúmeras, estando todos submetidos ao mesmo mecanismo evolutivo desde as experiências reencarnatórias nas formas pré-hominais.

Leonardo Marmo Moreira

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