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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A Aparência do Cadáver


A questão da aparência do cadáver no período do velório tem sido fonte de interessantes indagações envolvendo um grande número de casos. O assunto é complexo, pois a aparência do cadáver depende de vários fatores, sendo que a paz do Espírito desencarnante seria um fator importante, mas não o único. Em princípio, alguém que tenha tido uma “boa vida” (uma encarnação de realizações valorosas do ponto de vista espiritual), e também uma “boa morte” (um processo de desligamento corpo-espírito que tenha sido bem administrado emocional e espiritualmente pelo Espírito desencarnante), tenderia a gerar um cadáver com uma “boa aparência”, destacando-se aí um aspecto facial mais sereno, pacífico e, em alguns casos, podendo até denotar um leve contentamento.

De fato, são conhecidos vários casos na História do Cristianismo, como é o caso de Clara de Assis, cujos respectivos cadáveres apresentaram uma extraordinária resistência à decomposição, sendo que, muitos deles permanecem com seus despojos carnais altamente conservados até os dias de hoje, destacando-se, inclusive, um rosto impressionantemente conservado. Entretanto, é importante destacar que vários outros itens podem influenciar o processo de decomposição do corpo físico, sendo que tais aspectos abrangem tanto fatores materiais como aspectos espirituais. A título de ilustração poderíamos mencionar o tipo de morte, a idade física do desencarnante, a temperatura e a umidade relativa do ar no local do velório, a preparação espiritual da família e dos amigos presentes no velório, o nível espiritual das preces e/ou diálogos dos indivíduos presentes no velório, o tempo de duração do velório, o momento de desligamento definitivo do chamado “cordão prateado” (liame que conecta o Perispírito ao Corpo Físico), entre outros.

Neste contexto, é interessante lembrar a informação de Irmão Jacob em “Voltei”, quando assevera que após a ruptura do “cordão prateado”, o processo de decomposição de seus despojos carnais acentuou-se significativamente, denotando a relevância da questão do tempo do velório e também da evolução espiritual do desencarnante, uma vez que o desenlace definitivo dependeria do grau de adaptação do indivíduo à sua nova realidade. O próprio André Luiz narra em “Obreiros da Vida Eterna”, que, em uma visita ao cemitério, surpreendeu-se ao notar que vários Espíritos desencarnados ainda mantinham seus respectivos “cordões prateados” conectados aos despojos carnais por se tratarem de Espíritos imaturos para a Vida Espiritual. Assim sendo, a Providência Divina os mantinha conectados para seu próprio bem e também para auxílio dos familiares e amigos que permaneciam encarnados na crosta terrestre, os quais, certamente, seriam perturbados pelas visitas muitas vezes inoportunas desses indivíduos.

De fato, “a mente move a matéria”, significando que o Espírito, dirigindo o Perispírito, guia, por conseqüência, o Corpo físico.

Em alguns casos, quando o Espírito desencarnante realmente é portador de valores espirituais de alta condição, poderia haver uma potencialização de aspectos positivos para o bom aspecto do cadáver. No entanto, quanto mais evoluído é o espírito, mais rapidamente poderia ser o desligamento definitivo do “cordão prateado”, o qual deve favorecer um processo de decomposição mais rápido. Além disso, devemos considerar que, normalmente, para Espíritos com certa maturidade espiritual, os processos degenerativos dolorosos de longo curso são experiências que, se bem administradas, podem fornecer profundo crescimento espiritual e, consequentemente, elevado preparo para a transição desencarnatória. Desta forma, realmente admitimos a possibilidade do aspecto agradável apresentando pelo cadáver do referido Espírito estar pelo menos minimamente relacionado à sua pressuposta condição espiritual elevada, apesar da questão do “cordão prateado” já comentada.

Em suma, admitimos a possibilidade do fenômeno da boa aparência poder ter relação com uma boa condição intelecto-moral do Espírito Desencarnante, sem tornar, de forma nenhuma, tal especulação uma regra, que não faria o menor sentido doutrinário, uma vez que a condição espiritual não é o único fator envolvido no fenômeno, além do fato de que sempre é dificílimo inferir sobre a real condição espiritual de quem quer que seja. De fato, nós, encarnados, costumamos cometer erros de análise quando inferimos sobre a real condição espiritual de recém-desencarnados, pois é muito difícil conhecer todos os aspectos intelecto-morais e evolutivos, associados à Lei de Causa e Efeito, que tipificam cada desencarnante. Realmente, se todas as mortes e desencarnações têm características gerais semelhantes, nenhuma deles é perfeitamente idêntica à outra em suas particularidades, justamente devido ao grande número de interferentes que especificam cada desencarnação, semelhantemente ao que ocorre com as vidas físicas de todos nós. De qualquer maneira, relembrando sempre a recomendação do Espírito Erasto em “O Livro dos Médiuns” de que “É preferível rejeitar 10 verdades a aceitar uma única mentira”, devemos situar tal análise como um estudo preliminar, que, obviamente, deve ser desenvolvido a partir de maiores correlações com informações fidedignas de caráter espiritual que certamente serão lenta e gradualmente expandidas para o nosso esclarecimento contínuo.

Leonardo Marmo Moreira

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