Em destaque:


Evangelização Infantil - Toda Segunda-feira às 19h30m.

A Juventude Espírita Maria de Nazaré - Todo sábado de 17h às 18h30m.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O Carnaval à luz da Doutrina Espírita


            Salomão (Eclesiastes) afirma no Eclesiastes (Velho Testamento) que “Não há nada de novo debaixo do sol”. Essa afirmativa, que é perfeita à luz da doutrina espírita, deixa claro que a Lei de Deus é sempre a mesma e o que muda é a nossa compreensão dessa Lei através da evolução espiritual da criatura, abrangendo tanto os avanços morais como os avanços intelectuais. Obviamente, ela análise ganha um significado muito mais profundo quando compreendemos que as oportunidades reencarnatórias vão permitindo aos mesmos espíritos do passado reaprender velhos conceitos e renovar propostas existenciais com novos aprendizados.

            Se, portanto, sabemos que as Leis Universais sempre foram as mesmas, as palavras de Jesus quando afirma que “O sábado foi criado para o homem e não o homem para o sábado” ganham um significado ainda mais abrangente, pois muito antes de existir um dia terráqueo chamado “sábado” (que é um dia da semana de uma definição temporal que só serve para o planeta Terra, e não para as “Outras Moradas da Casa do Pai”), já existiam o homem, Deus, e suas leis. Dito isso, as chamadas datas comemorativas e mesmo os conhecidos “Dias Santos”, não tem a mínima razão de ser porque todos os dias são santos porque sempre estamos convidados pela Lei de Amor a realizar a nossa parte na Obra da Criação, que é um dos principais objetivos da reencarnação como está registrado em L.E.132 e 133. Aliás, definir um dia ou um local como sagrado não deixa de ser uma arrogância do homem, pois Deus construiu toda uma Obra de Amor que é inteira sagrada.

            Essa análise pode chocar alguns, mas é algo perfeitamente lógico. O próprio “Sábado”, a que Jesus se refere foi trocado pela Igreja Católica para homenagear o dia da ressurreição do Mestre que teria sido em um Domingo. Ora, mas os “Dez Mandamentos” não são taxativos quanto ao Sábado?! É uma boa oportunidade para lembrar do Apóstolo Paulo que asseverava que “A letra mata e o espírito vivifica”. Se eu quiser “guardar” a Quinta-feira, tudo bem. E se eu quiser guardar 1 hora em cada dia da semana?! Enfim, o ideal seria que mantivéssemos o “Vigiai e Orai” continuamente, mesmo durante as atividades mais relacionadas à vida material, que é o verdadeiro sentido do famigerado “Guardar o Sábado”.

            Neste contexto, o Espiritismo como grande libertador das consciências obnubiladas por séculos e séculos de lavagem cerebral no campo religioso vem desmitificar e desmistificar lendas, convencionalismos, tradicionalismos, condicionamentos, rituais, magias e mistérios que não apresentem uma justificativa racional para existirem. Assim sendo, “O Consolador Prometido por Jesus” nos propondo uma visão racional e profunda dos verdadeiros significados da Vida e do Tempo nos desperta a responsabilidade perante todas as oportunidades com que o Pai nos favorece sempre.

            Portanto, se não podemos nos isentar dessa análise crítica quanto aos chamados “Dias Santos”, o que diremos de feriados dedicados ao culto de vícios e orgias de todos os teores que infelizmente são considerados por instituições ditas religiosas, como datas “importantes” no calendário cristão?!

            Indiscutivelmente, o chamado “Carnaval” de longe é a maior aberração em matéria de datas “religiosas”. Aliás, “Carnaval” significa “Festa da Carne”, o que é um significado deveras contundente, uma vez que o próprio Jesus advertindo os apóstolos no Getsêmani dissera: “O espírito está pronto mas a carne é fraca”. 

            Realmente, essa festa se constitui em quatro dias das mais devassas festas seguida, supostamente, por 40 dias de sofrimento, jejum, oração e choradeira para lembrar os 40 dias em que Jesus, também supostamente, houvera passado no deserto sendo achincalhado pelo Diabo. Essa interpretação literal dos textos bíblicos, em pleno século XXI, chega a ser ridícula. Em primeiro lugar, Jesus não teria descambado na bagunça quatro dias, para ficar choramingando 40 sob a companhia do Demônio. Primeiro porque Jesus sendo “o espírito mais perfeito de Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia”, conforme questão 625 de L.E., não iria nem cair na bagunça quatro dias nem entrar em depressão sendo obsidiado por mais quarenta dias. Segundo porque o Demônio não existe, e mesmo que existisse não teria condições de se aproximar de Jesus para “tentá-lo”, pois nós só somos influenciados através das tendências que já trazemos em gérmen dentro de nós, ou seja, “a nossa própria concupiscência” nas palavras do Apóstolo Paulo. O próprio Jesus disse “O Reino dos Céus está dentro de vós” e vários autores espíritas costumam completar “...e o inferno também!”, já que o inferno é um estado consciencial, como fica evidente na questão 621 de L.E. que afirma que a Lei de Deus está escrita na consciência de cada criatura.  Assim sendo, todas as criaturas são responsáveis pelos seus atos independentemente das influências em que estava submetido (“A cada um segundo suas obras” e “Reconhece-se a árvore pelos frutos” são aforismos atribuídos a Jesus).

            Logo, a conduta espírita deve contemplar uma perfeita harmonia entre equilíbrio, moral e alegria. “A virtude está no meio termo” é um ensino comum tanto a Aristóteles como a Sidharta Gautama (Buda).

           Na excelente obra “Nas Fronteiras da Loucura” de Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia do admirável médium Divaldo Pereira Franco, Doutor Bezerra de Menezes atua buscando evitar e/ou minimizar verdadeiras catástrofes físicas e morais que ocorrem no carnaval. É um livro muito interessante sobre o trabalho dos mentores espirituais durante essa época complicada e arriscada para todos os seres, encarnados e desencarnados, do ponto de vista espiritual. Trata-se de uma leitura obrigatória para todos os espíritas que se preocupam com o comportamento das criaturas e a respectiva psicosfera negativa gerada, a qual atinge grande número de seres durante essa época do ano. Vale a sugestão de leitura e vale também um cuidado moral redobrado de nossa parte nos dias do carnaval.

Leonardo Marmo Moreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário