O namoro
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O namoro é uma necessidade psicológica, parte importante do desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem afetiva dos jovens, porqüanto, na amizade pura e simples são identificados valores e descobertos interesses mais profundos, que irão cimentar a segurança psicológica quando no enfrentamento das responsabilidades futuras. Trata-se de um período de aproximação pessoal, de intercâmbio emocional através de diálogos ricos de idealismos, de promessas — que nem sempre se cumprem, mas que fazem parte do jogo afetivo — e sonhos, quando a beleza juvenil se inspira e produz.
As artes, em geral, a literatura, a poesia, a estética descobriram na afetividade juvenil suas verdadeiras musas, que passaram a contribuir em favor do enriquecimento da vida, através das lentes róseas dos enamorados. Todo um mundo dourado e azul, trabalhado nas estrelas e no luar, no perfume das flores e nos favônios dos entardeceres, aparece quando os jovens se encontram e despertam intimamente para a afetividade. O recato, a ternura, a esperança, o carinho e o encantamento constituem as marcas essenciais desses encontros abençoados pela vida. As dificuldades parecem destituídas de significado e os problemas são teoricamente de soluções muito fáceis, convidando à luta com que se estruturam para os investimentos mais pesados do futuro.
O desconhecimento do corpo e a inexperiência da sua utilização, nesse período, cedem lugar a um descobrimento digno, compensador, que predispõe aos relacionamentos tranqüilos, estimulantes. Igualmente nesse curso do namoro se identificam as diferenças de interesse, de comportamento psicológico, de atração sexual e moral, cultural e afetiva.
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O período do namoro, portanto, é preparatório, a fim de predispor os adolescentes ao conhecimento das suas funções orgânicas, que podem ser bem direcionadas e administradas sem vilania, mantendo o alto padrão de consciência em relação ao seu uso. As carícias se encarregam de entretecer compensações afetivas e preencher lacunas do sentimento, traduzindo a necessidade do companheirismo, da conversação, da troca de opiniões, do intercâmbio de aspirações. O mundo começa também a ser descoberto e programas são delineados, nesse comenos afetuoso, tendo em vista a possibilidade de estar próximo do ser querido e com ele compartir dores e repartir alegrias. As dificuldades e conflitos íntimos, face à aproximação afetiva, são debatidos e buscam-se fórmulas para superá-los e resolvê-los. Um auxilia o outro e abrem-se os corações, pedindo auxílio recíproco.
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Assim, o namoro preenche a lacuna da imaturidade e propicia renovação psicológica e conforto físico, sem ardência de paixão, nem frustração amorosa antes do tempo.
Do livro: Adolescência e Vida – Divaldo Pereira Franco pelo espírito Joanna de Ângelis
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