Buda
afirmava que a tarefa culminante do processo evolutivo é a Auto-iluminação,
porque o ser que se auto-ilumina transforma-se em um farol que projeta luz,
ideias e ideais superiores onde ele se encontrar, inclusive, para a
posteridade. Desta forma, o “Auto-iluminado” seria uma espécie de
“Bem-Aventurado”, conforme o conceito proposto por André Luiz. Portanto, uma
vez “Auto-iluminado” ou “Bem-Aventurado”, o indivíduo lenta e gradualmente vai
realizar perfeitamente sua parte na obra da Criação, conforme a Questão 132 de
“O Livro dos Espíritos. Em outras palavras, realizará sua evolução espiritual
pessoal e gerará concomitantemente significativa contribuição nas tarefas
coletivas orientadas pelos grandes Prepostos do Pai (Contribuição na Obra da
Criação!).
Interessante
perceber que as evoluções do mundo íntimo vão se manifestando simultaneamente
com o desenvolvimento das tarefas “externas”, ou seja, os serviços que os
desafios da vida nos impõem. Portanto, buscando cumprir com o nosso dever, temos
que lutar contra as nossas limitações externas e principalmente contra as nossas
dificuldades internas que acentuam indiretamente o tamanho das limitações
externas. Muitos desejam a evolução interna para depois se dedicarem ao
trabalho “externo”, esquecidos de que estas duas grandes tarefas andam juntas.
A
proposta budista da Auto-iluminação condiz perfeitamente com a Doutrina
Espírita que nos recomenda o autoconhecimento para que façamos mais e melhor na
vida, sem invadir a seara alheia, fazendo-nos ser mais e melhor em nosso mundo
íntimo. Tal processo consiste em um círculo virtuoso, pois quanto mais faço
externamente, mais trabalho internamente e quanto mais melhoro internamente,
mais motivação e sintonia com os Mentores espirituais terei para fazer
externamente com mais prazer e qualidade aquilo que seja bom, belo, útil e
verdadeiro.
Neste
contexto, é importante frisar a necessidade do trabalho de Auto-conhecimento, o
qual leva à Auto-iluminação, acompanhar o desenvolvimento das tarefas externas.
Como melhorar intimamente se eu não sei que características apresento, se nunca
refleti sobre minhas limitações pessoais, se não procuro saber quais seriam as
melhorias prioritárias para o meu avanço espiritual?! Aliás, Divaldo Franco
faz uma análise muito bela sobre esse tópico no seu "Encontro com
Dirigentes de São Paulo, 1990".
Jesus
adverte-nos: “Se não podeis ainda com as coisas mínimas, por que estais
ansiosos pelas outras?”, demonstrando que o reto cumprimento de nossas tarefas
menores, em que pese nossas limitações internas, será o nosso “currículo
espiritual”, isto é, nossa carta de recomendação denotando capacidades já
solidificadas para que possamos ser escalados para novos trabalhos, tendo a
confiança e a proteção dos amigos espirituais.
Desta
forma, com o "Deus interno", que é a nossa consciência, nos
empurrando para frente, seremos hoje melhores do que ontem e amanhã melhores do
que hoje, desde que a certeza de que "o bem faz bem a quem o
pratique" esteja solidificada dentro de nós. Esse nível de convicção será
obtido através da conquista de Espiritualidade, cujo conhecimento sobre o
Espiritismo é o atalho mais curto, pois nos esclarece sobre a realidade
espiritual, fornecendo-nos informações e evidências inexoráveis as quais,
direta ou indiretamente, tendem a induzir-nos a uma maior responsabilidade
espiritual. De fato, o Espiritismo é a vanguarda do conhecimento
científico-filosófico-religioso dos tempos modernos.
Leonardo Marmo Moreira